Agora S. Paulo
Os metalúrgicos do ABC (Grande SP) não vão abrir mão de negociar reajuste salarial acima da inflação neste ano. O objetivo é repor as perdas que os trabalhadores tiveram nas negociações durante a crise econômica.
A decisão foi anunciada ontem pelo sindicato da categoria, que divulgou também os eixos da campanha salarial de 2018.
Após assembleia realizada na quinta-feira, em Diadema, os profissionais definiram que as reivindicações vão valer para todos os profissionais representados pela FEM-CUT (Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo). A data-base dos metalúrgicos é 1º de setembro.
A categoria vai reivindicar a renovação das cláusulas sociais da convenção coletiva e a reposição integral da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais reajuste acima do índice final.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com as consequências econômicas dos últimos anos, os trabalhadores não tiveram acordos positivos e, por isso, devem buscar a recuperação das perdas. “A FEM-CUT, se tiver o apoio desta categoria, não assinará acordo que não tenha aumento real”, disse o sindicato por meio de nota.
As mudanças da reforma trabalhista, que começou a valer em novembro do ano passado, também farão parte das conversas da campanha tanto com os metalúrgicos quanto com as montadoras.
Últimos reajustes
Neste ano, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC garantiu acordo com quatro montadoras da região. Na Mercedes-Benz, na Scania, na Ford e na Toyota, os trabalhadores conquistaram principalmente o reajuste salarial e a PLR (participação nos lucros). Na Mercedes e na Scania, houve aumento acima da inflação.
Na Volkswagen, um acordo firmado em 2016 garantiu a manutenção de empregos até 2021 e evitou a demissão de 3.600 funcionários. (Agora S. Paulo)