BMW começará a produzir o primeiro veículo semiautônomo do País

O Estado de S. Paulo

 

Mesmo pressionada pela alta cambial, que encarece as importações, a BMW manteve seu cronograma e confirmou para a próxima segunda-feira o início da produção na fábrica de Araquari (SC) do utilitário-esportivo X3 M40i. Segundo a empresa, é o primeiro modelo com tecnologias usadas em carros autônomos a ser fabricado no Brasil.

 

O veículo é a versão mais equipada do xDrive30i X Line, cuja montagem começou em março. O M40i tem, por exemplo, dispositivo que informa, por alertas visuais e sonoros, situações de tráfego em cruzamentos, mudanças involuntárias de faixa de rolamento, possibilidade de colisão traseira e controle e prevenção de aproximação inadvertida frontal. O próprio carro faz as manobras para estacionar.

 

A fábrica catarinense passou a produzir quatro modelos: X1, X3, X4 e Série 3. A fábrica opera com metade de sua capacidade produtiva, de 32 mil veículos por ano e tem 700 funcionários. De janeiro a maio a marca premium vendeu 4.316 veículos, alta de 32% ante 2017.

 

O M40i já era importado desde março e vendido a R$ 397,9 mil, preço mantido na versão nacional que tem grande parte dos componentes importados. O xDrive custa R$ 309,9 mil.

 

“Não estamos numa situação tranquila com o câmbio atual e ainda precisamos digerir o que está acontecendo”, diz Gleide Souza, diretora de Assuntos Governamentais da BMW no Brasil. “O que estamos vendo é um pico fora da volatilidade normal do mercado brasileiro.”

 

A BMW também aguarda o anúncio do Rota 2030 para definir novos projetos, ciente de que o programa “está mais enxuto do que se esperava, mas é uma política que trará mais previsibilidade para o setor.”

 

Segundo Gleide, a demora na aprovação do programa já levou a empresa a perder oportunidades de trazer novos modelos para o Brasil. O projeto do X3 já estava previsto no investimento de R$ 1 bilhão feito pelo grupo desde sua entrada no País como fabricante, em 2014, atraído pelo Inovar-Auto, o programa que terminou em dezembro. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)