A Voz da Cidade
A balança comercial registrou exportações maiores do que importações no índice de US$ 10 bilhões em 2017, mais que o dobro perante o ano anterior que foi US$ 4,6 bi, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Os valores indicam a recuperação gradativa da economia fluminense perante o superávit com as exportações. No total, as exportações no estado atingiram US$ 21,7 bilhões, representando 17% do superávit de todo o país.
E no que depender dos investimentos das montadoras automotivas instaladas no estado e o preço do dólar, o superávit de 2018 deve ser ainda maior. Isso, porque segundo o governo federal, o resultado positivo de 2017 é consequência do bom desempenho de produtos importantes na pauta de exportações, como petróleo e automóveis.
De forma geral, o Rio de Janeiro também foi favorecido pelo impacto positivo da recuperação do preço do barril do petróleo, que subiu de US$ 55,70 em janeiro do ano passado para US$ 66,87 em dezembro do mesmo ano. Somente em 2017 foram exportados US$ 13 bilhões (260 milhões de barris), valor quase 65% maior que em 2016.
Automotivo
A venda de automóveis é uma vertente do Rio de Janeiro nas exportações, ação que fomenta a economia e gera emprego. De acordo com Mauro Osório, economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o município de Resende criou total de 2.490 novos postos de trabalho entre abril de 2017 e março deste ano com a venda de automóveis e caminhões. Vale ressaltar que a cidade conta com o Consórcio Modular da alemã MAN Latin America, destaque mundial na venda de caminhões e ônibus MAN e Volkswagen. A Nissan detém na cidade o Complexo Industrial de Resende que permite a produção de seus veículos no Brasil. A capacidade é para produzir até 200 mil veículos e 200 mil motores por ano. A Nissan produz veículos que conquistam o mercado nacional como o March, Sentra, Versa e Kicks.
De forma global, a recuperação econômica com a produção industrial do estado nos últimos 12 meses subiu 4,1%, resultado acima do nacional, que bateu 3%. O desempenho da indústria de transformação fluminense, que inclui o setor automotivo, foi ainda melhor, crescendo 5,6%. “O estado tem que procurar diversificar a sua estrutura produtiva. Ninguém imaginou que viveríamos uma crise dessa proporção. Não era esperada uma queda tão forte do preço do barril do petróleo e esse impacto seria ainda mais sentido se o estado não tivesse vivido esse processo de diversificação”, disse Mauro Osório.
Referência e emprego
O subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Paulo Renato Marques, destaca a contribuição dos programas de incentivos na diversificação da matriz econômica e consolidação de diversos setores, que têm aumentado suas exportações. No caso do automotivo, por exemplo, o território fluminense se tornou referência no país. “Essa diversificação pode ser vista em outras áreas, como a de alimentos e farmoquímicos. Os parques automotivo, de alimentos, de fármacos que temos hoje não eram imagináveis há dez, quinze anos. Os resultados de hoje do Rio nas exportações são consequência da diversificação da economia fluminense a partir de incentivos oferecidos a diversos setores”, disse Paulo Renato Marques.
Com investimento estimado em quase R$ 5 bilhões, o polo automotivo gera mais de 6 mil empregos diretos e ajuda a aumentar a arrecadação de impostos na região. Só em 2017, de acordo com dados da Superintendência de Arrecadação da Secretaria de Fazenda, as cidades de Porto Real e Resende, onde ficam as montadoras, arrecadaram mais de R$ 470 milhões. A expectativa é que só a Nissan gere em torno de R$ 350 milhões em valores atualizados de receita de ICMS pelo período de 30 anos.
A aposta na retomada econômica e o sucesso nas exportações para os vizinhos sul-americanos fizeram com que a montadora passasse a produzir mais um modelo de carro no complexo industrial. Trabalhando com a sua capacidade plena, a Nissan chegou à marca de 200 mil veículos produzidos no Rio de Janeiro. O aumento da demanda fez com que algumas empresas tivessem que implantar o segundo turno de produção e contratar novos funcionários. (A Voz da Cidade)