Reuters
Veículos importados da Ford estão sendo retidos em portos chineses, disseram três pessoas com conhecimento do assunto à Reuters, ressaltando como os produtos norte-americanos estão enfrentando um aumento na fiscalização alfandegária na China em meio a um forte impasse comercial.
As três pessoas disseram que os carros da Ford e os da sua marca premium Lincoln estão enfrentando atrasos incomuns na alfândega, com funcionários pedindo mais verificações técnicas. Duas das pessoas disseram que os modelos norte-americanos de algumas montadoras alemãs, principalmente SUVs, também foram afetados no transporte para a China.
A Ford vem sofrendo exigências de checagens extras nos componentes de emissão, disse um executivo da Ford da China familiarizado com o assunto, pedindo para não ser identificado por causa da sensibilidade do assunto.
A agência alfandegária da China não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
As retenções se somam a uma lista crescente de produtos americanos que enfrentam problemas nas fronteiras da China, enquanto autoridades tentam evitar uma guerra comercial total. Especialistas em comércio disseram acreditar que Pequim está fazendo uma advertência desafiadora a Washington em resposta às demandas comerciais dos EUA feitas à China na semana passada.
A Reuters informou na terça-feira que a China aumentou as inspeções de carne de porco embarcada nos Estados Unidos, depois que a agência de alfândega do país disse que aumentaria o controle de quarentena de maçãs e toras de madeiras americanas.
A segunda fonte, uma autoridade da indústria chinesa com conhecimento do assunto, disse que os atrasos para a Ford – assim como alguns carros fabricados nos Estados Unidos, como BMW e o Daimler AG Mercedes-Benz, estão acontecendo nas últimas duas semanas.
“As alfândegas fingem que há não-conformidades técnicas de alguma natureza que não permitirão que esses carros sejam liberados pela alfândega, mas os atritos comerciais entre EUA e China devem ser o pano de fundo para isso”, disse ele. “Embora ninguém admita isso oficialmente”. (Reuters)