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As montadoras vêm contratando mais, entretanto, o número de funcionários em programas como lay-off persiste. Para executivos do setor, a falta de confiança ainda torna o horizonte nebuloso para que as empresas retomem os turnos de produção.
Em março, o número de empregados entre as montadoras chegou a 131,2 mil, um aumento de 3,4% na comparação anual e de 0,6% em relação a fevereiro, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Por outro lado, o número de funcionários em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) subiu de 498 pessoas, em fevereiro, para 599 no mês seguinte. Já a quantidade de empregados em Programa Seguro Emprego (PSE) se manteve em 936 ao final de março.
O presidente da Anfavea, Antonio Megale, atribuiu esse aumento nos lay-offs à ação isolada “de uma empresa ou outra” fazendo ajustes na sua produção. “As companhias contratam mais quando aumentam turno, mas sabemos que essa decisão é complexa, porque não dá para fazer o aumento de um turno sem a certeza de que a empresa vai colocar seus produtos no mercado. Passando de um turno para dois, a companhia dobra a sua capacidade de produção”, afirma.
Já o diretor-executivo da Anfavea, Aurélio Santana, explica que cada montadora está em um patamar diferente em termos de emprego. “Há montadoras que estão com dois turnos, podendo ir para três, e aquelas que estão com um turno só”, relata. Em sua opinião, algumas empresas ainda não estão com confiança o bastante para aumentar turno mesmo com a melhora do ambiente econômico e o aumento da demanda. “Essa segurança vai ser obtida na medida em que o empresário conseguir administrar sua situação. Não dá para contratar e demitir no mês seguinte. As montadoras vão aumentar hora extra, instituir trabalho aos sábados, etc., até o limite da viabilidade. Depois é que passará a estruturar o próximo turno”, pontua.
Apesar disso, Santana minimizou a importância dos dados negativos, já que os 1.535 funcionários em lay-off na indústria representam menos de 1% de toda a força de trabalho contratada pelas montadoras. “A tendência é de aumento das contratações. Do começo do ano para cá, as empresas passaram a trazer de volta quem estava nesses programas de flexibilização. Superado este estágio é que começaremos a ver um aumento mais consistente nas contratações”, diz.
Comércio exterior
Entre outros números exaltados pela Anfavea está o de exportações. No primeiro trimestre, os embarques chegaram a 180,2 mil unidades, contra 174,4 mil no mesmo período de 2017. “Tivemos recorde de exportações no acumulado desses três meses. Esperamos um crescimento de 5% em 2018”, conclui Megale. (DCI/Ricardo Bonfim)