Tecnologia e mercado automotivo

DCI

 

O varejo on-line enfrenta um momento de transformações. Estimulados pela tecnologia, os canais físico e virtual convergem a uma velocidade vertiginosa e o mercado começa a identificar a necessidade de adaptações.

 

Para isso, debruça-se na análise das mudanças provocadas pelas tecnologias disruptivas na relação dos consumidores com diferentes indústrias, dentre as quais, a automotiva.

 

A exemplo, a utilização de aplicativos como Uber, Cabify e 99 Táxi, e outros que certamente irão surgir, que colocam o consumidor no centro da tomada de decisão, e do WhatsApp, que se firmou como ferramenta de auxílio à venda, são o início de uma revolução tecnológica no setor automotivo.

 

No próprio Mercado Livre, líder de audiência da categoria de Autos no Brasil segundo a ComScore, há muito observamos como as buscas nos classificados on-line já passaram a integrar o processo de compra ou troca de veículos. Dados do Google indicam que 96% dos internautas brasileiros usam a internet para pesquisar marcas e modelos e 86% o fazem por meio de smartphones (fonte: Google Auto CB 2015 / 2016).

 

Mas ainda há potencial de crescimento. A tendência é que todo o processo de compra, desde a pesquisa até a efetivação e entrega do veículo, ocorra pelo meio digital.

 

No Global Automotive Executive Survey 2018 – levantamento anual da KPMG International sobre as perspectivas da indústria automotiva mundial – fica claro o quanto o segmento passa por um momento de ressignificação.

 

Realizada com consumidores e executivos das principais empresas automotivas do mundo, a pesquisa revela que mais da metade dos executivos (56%) acredita que o número de pontos de venda físicos como os conhecemos hoje será reduzido de 30% a 50% até 2025.

 

Da mesma forma, quase 80% concordam com a afirmação de que as vendas de carros novos tendem a ser processadas por meio dos canais digitais.

 

O mercado, portanto, já identifica a importância de tecnologias complementares às existentes e que possam dialogar com os hábitos de compra do consumidor atual.

 

No caso do Mercado Livre, recentemente foi lançado um serviço de Reserva On-line, que permite aos clientes reservarem os veículos à venda na própria plataforma, mediante o depósito de um sinal para o vendedor, garantindo a compra em uma transação 100% on-line facilitada pelo serviço.

 

Pioneira na América Latina, a iniciativa visa justamente encurtar as fronteiras entre os ambientes físico e digital. Naturalmente, ainda há entraves para a mudança.

 

O principal deles ainda é o fator humano.

 

O consumidor anseia por novas diretrizes mas ocupa polos opostos, na figura do cliente entusiasta da mais nova funcionalidade tecnológica disponível, e ao mesmo tempo arraigado a ideias e preceitos obsoletos como o de que transações realizadas no ambiente off-line são mais seguras.

 

Por tudo isso, os desafios são muitos, mas é inegável que vivenciamos uma transformação em curso. Uma atualização e aperfeiçoamento de nossos costumes que, em razão do potencial tecnológico ainda por se descobrir, promoverá uma evolução no futuro do varejo on-line em prol das relações do consumidor com a tecnologia que o cerca. (DCI)