Investimentos em São Paulo

O Estado de S. Paulo

 

O expressivo aumento nos investimentos anunciados para o Estado de São Paulo em 2017 é mais um indicador que confirma o vigor da retomada econômica no País.

 

O expressivo aumento observado nos investimentos anunciados para o Estado de São Paulo em 2017, de 133% sobre o ano anterior, é mais um indicador que confirma o vigor da retomada da atividade econômica em todo o País. Embora ainda lenta no ano passado, a recuperação já era disseminada e firme, e dados e projeções recentes indicam sua aceleração ao longo de 2018. O maior volume de investimentos em São Paulo anunciados no ano passado concentrou-se no setor de infraestrutura, o que tende a propiciar condições mais seguras para o crescimento. Seguiu-se o setor industrial, confirmando a vocação econômica do Estado.

 

De acordo com a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo 2017, que acaba de ser concluída pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) – instituição vinculada à Secretaria de Planejamento do governo do Estado de São Paulo –, os investimentos somaram US$ 18,7 bilhões no ano passado. Os resultados referem-se exclusivamente a 474 investimentos cujos valores foram informados pelas empresas. A instituição constatou que outros 365 empreendimentos foram anunciados no ano passado pelas empresas, mas não foram incluídos na pesquisa porque seus valores não foram especificados. É possível, por isso, que o Estado tenha recebido investimentos maiores do que os informados pela pesquisa.

 

O anúncio de um investimento não é garantia de que ele será efetivado, mas revela as expectativas da empresa em relação ao futuro de suas atividades e o grau de sua confiança na economia em geral. O montante anunciado em 2016, de US$ 8,0 bilhões, é o menor da série de pesquisas da Fundação Seade iniciada em 1998. Esse dado confirma o que outros indicadores haviam sugerido, isto é, que a crise iniciada na segunda metade de 2014, no final do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, atingiu seu ponto mais agudo no ano em que ela foi afastada do cargo. Embora a base de comparação seja baixa, a recuperação é vigorosa, pois o total de investimentos anunciados mais do que duplicou. Já se dissipava, no ano passado, o clima de incerteza e insegurança que marcou os anos anteriores e inibia os investimentos, sobretudo os de médio e longo prazos.

 

Na administração pública estadual, a persistência da disposição de transferir para o setor privado atividades que este pode desempenhar com maior eficiência tem propiciado investimentos expressivos em infraestrutura. Dos recursos anunciados no ano passado, 45,3% (ou US$ 8,4 bilhões) referem-se a investimentos em infraestrutura. Nesse setor, a pesquisa da Fundação Seade inclui alguns segmentos da indústria, como derivados de petróleo e biocombustíveis, gás e eletricidade; água, esgoto e gestão de resíduos. Também alguns serviços, como transporte, armazenagem e correio, foram incluídos no grupo denominado infraestrutura. Assim, entre os principais investimentos em infraestrutura anunciados no ano passado estão os destinados a transportes (US$ 6,3 bilhões), energia (US$ 1,9 bilhão) e saneamento básico (US$ 195,4 milhões).

 

Quanto aos investimentos anunciados para o setor industrial, quase 75% do total de US$ 7,2 bilhões estavam relacionados à indústria automobilística. Desses investimentos se destacam os anunciados pela montadora General Motors na modernização de sua fábrica de São Caetano do Sul, para o desenvolvimento de novos produtos e atualização de modelos já em produção. Também a Volkswagen está modernizando sua unidade de São Bernardo do Campo, com a introdução de 373 robôs. A Toyota, de sua parte, anunciou a instalação de uma linha de montagem para a produção de um novo modelo.

 

O único segmento em que os investimentos diminuíram no ano passado foi o de serviços, em razão do fraco desempenho do setor imobiliário.

 

Do ponto de vista regional, a região metropolitana de São Paulo recebeu o maior volume de investimentos (US$ 10,5 bilhões), seguindo-se, pela ordem, Campinas, Sorocaba, São José dos Campos, Bauru, São José do Rio Preto, Região Central e Santos. (O Estado de S. Paulo)