Fábricas de caminhões em ritmo acelerado

Estradão

 

No mês passado, saíram das linhas de montagem de caminhões 7.768 unidades, crescimento de 46,2% sobre fevereiro do ano passado, de 5.314. Na comparação com janeiro, quando as fábricas produziram 6.707 unidades, a alta foi de 15,8%.

 

Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, associação que representa as fabricantes de veículos no País, o resultado mostra que a temperatura da economia começa a aumentar e, assim, a demandar mais transferência de carga.

 

“O segmento de caminhões ainda segue com uma grande capacidade de ociosa, da ordem de 70%. Mas não há dúvida de que está no caminho da recuperação, o que permite projetar um ambiente melhor no futuro”, observou o dirigente durante divulgação do balanço do setor automotivo do primeiro bimestre, na terça-feira, 6 de março.

 

No acumulado dos dois primeiros meses de 2018, mais um crescimento expressivo de 47,8%, com 14.475 unidades produzidas no período contra 9.796 registrada no mesmo bimestre do ano passado.

 

No mercado interno, as vendas de fevereiro somaram 4.040 caminhões. Embora tenha registrado redução de 11,45 na comparação com janeiro (4.561 unidades vendidas), o volume representa um crescimento de 54,6% sobre o mesmo mês de 2017, quando os licenciamentos alcançaram 2.613 unidades.

 

“A base de comparação é muito baixa, mas já vemos crescimento contínuo desde o ano passado, ainda que gradual”, ponderou Marco Antonio Saltini, vice-presidente da Anfavea e diretor de assuntos governamentais da MAN Latin America. “Com a expectativa de alta no PIB, de 2,5% a 3,0%, o humor do mercado mudou, pautando o crescimento para os próximos anos.”

 

A soma das vendas de janeiro e fevereiro, de 8.601 caminhões, representou expansão de 54,7% sobre o mesmo período do ano passado, que o mercado absorveu 5.560 unidades.

 

Os negócios externos também sinalizam perspectivas positivas para as fabricantes. Em fevereiro, 2.702 caminhões tomaram o rumo para outros países, altas de 44,9% sobre janeiro (1.865 unidades) e de 27,3% na comparação com o mesmo mês de 2017, quando embarcaram 2.122 unidades.

 

No acumulado do bimestre, as remessas somaram 4.567 caminhões, expansão de 43,3% sobre os 3.187 enviados um ano antes. Segundo Megale, os caminhões brasileiros estão encontrando novos mercados, além dos habituais países da América Latina compradores de veículos pesados, como Argentina, México e Chile. “Nos dois primeiros meses mais de 540 caminhões seguirão para Rússia, país com o qual a indústria de veículos não tinha tradição comercial”. (Estradão/Décio Costa)