Alemanha propõe transportes públicos gratuitos para reduzir a poluição

Diário do Transporte

 

A Alemanha deve tornar os transportes coletivos gratuitos para todos os cidadãos, como medida para restringir a poluição. A ação será uma das respostas do país às possibilidades de sanções anunciadas pela União Europeia. Outra medida é proibir a circulação de carros e caminhonetes a diesel. A Alemanha foi um dos palcos do escândalo apelidado de dieselgate, que apurou que grandes montadoras, como a Volkswagen, Mercedes-Benz e Porshe, adulteraram os dados das emissões de poluição pelos veículos movidos com este combustível.

 

A Agência Internacional de Notícias France Presse teve acesso a uma carta das autoridades alemãs à União Europeia informando que “o mais tardar até o final do ano” vai proporcionar viagens gratuitas em ônibus, trens, metrô e VLTs, além de ter metas mais rígidas de limites de emissões.

 

Segundo a União Europeia, em janeiro, mais uma vez, grandes e médias cidades da Alemanha extrapolaram os limites de emissões recomendados pela OMS – Organização Mundial da Saúde, especialmente de NOx – Óxidos de Nitrogênio e Materiais Particulados finos.

 

A Alemanha diz que nos últimos 20 anos têm crescido o número de pessoas que usam ônibus e o sistema de trilhos graças às políticas de barateamento do valor das tarifas de transportes públicos. Em Berlim, a passagem básica é de 2,80 euros e, em Munique, de 2,90 euros.

 

As primeiras cidades que devem adotar o transporte gratuito serão Bona, Essen, Herrenberg, Reutlingen e Mannheim.

 

Mas ainda há dúvidas sobre como o governo vai colocar em prática a medida.

 

O presidente da câmara de Bona, Ashok Sridharan, entende que deve ser ampliada a frota de ônibus e trens “ecológicos”  e que não conhece nenhum fornecedor que possa satisfazer tal encomenda num tão curto espaço de tempo.

 

Além disso, há dúvidas sobre como o governo central financiaria estas gratuidades, o que não foi explicitado na carta.

 

“As tentativas pontuais de estabelecer a gratuidade nos transportes públicos verificaram-se até agora impraticáveis, nomeadamente nos Estados Unidos, onde Seattle acabou por abandonar o projeto.” – diz o político. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)