O Estado de S. Paulo
O Brasil espera vender de 5 mil a 10 mil carros populares para o Paraguai, dentro do programa “Vehículo 0 km para la Familia Paraguaya”, lançado nesta terça-feira, 28, em Assunção pelo presidente do país vizinho, Horacio Cartes. O Banco Nacional de Fomento (BNF) vai financiar a aquisição de automóveis de até US$ 10 mil. As informações são da assessoria do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil (MDIC), Marcos Pereira, que participou do lançamento.
As montadoras brasileiras deverão fornecer cinco modelos para o programa: Renault Kwid, Fiat Mobi, Ford Ka, VW Gol e Chevrolet Onix.
Hoje, os veículos fabricados no Brasil enfrentam no mercado paraguaio a concorrência com automóveis usados importados do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.
Hoje, os veículos fabricados no País enfrentam no mercado paraguaio a concorrência com automóveis usados importados do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. O consumo anual é de 80 mil unidades, sendo que, destas, 60 mil são usadas. O programa dará acesso a automóveis com garantia do fabricante, segundo destacou o MDIC.
“O programa representará uma maior aproximação dos setores automotivos e o início de uma futura integração produtiva do Mercosul, objetivo perseguido por todos os membros do bloco”, disse Marcos Pereira, conforme sua assessoria.
O Brasil quer firmar um acordo automotivo com o Paraguai, a exemplo do que já existe com a Argentina e com o Uruguai. As negociações estão num estágio inicial. A corrente de comércio no setor automotivo entre os dois países cresceu 63% no período de janeiro a outubro deste ano, comparado com igual período em 2016. Foram exportados US$ 370 milhões e importados US$ 165 milhões.
Ao todo, o programa paraguaio vai dar empréstimos para a compra de 20 mil automóveis. Assim, a expectativa do lado brasileiro é suprir metade dessa nova demanda. Isso se somaria às importações que o Paraguai já faz do Brasil.
De acordo com dados do MDIC, foram vendidas 10.915 unidades de carros e caminhões para o país vizinho nos dez primeiros meses de 2017. Isso representou um crescimento, em unidades, de 235,9% em comparação a igual período de 2016. (O Estado de S. Paulo/Lu Aiko Otta)