O Estado de S. Paulo
A Toyota anunciou ontem investimento de R$ 1 bilhão na fábrica do grupo em Sorocaba, interior de São Paulo, para a produção do Yaris, modelo de médio porte que vai se posicionar entre o compacto Etios e o sedã Corolla. A fabricação terá início no segundo semestre de 2018 e vai gerar 500 novos empregos, 200 dos quais pelos fornecedores de componentes que atuam ao redor da planta fabril.
Esse é o segundo anúncio de investimento da marca japonesa em menos de um ano. O anterior foi de R$ 600 milhões, para a ampliação da capacidade produtiva da fábrica de motores em Porto Feliz (SP), de 108 mil para 174 mil unidades ao ano, a partir de 2019. Desde 2012, o grupo investiu R$ 4,2 bilhões no País.
O anúncio foi feito na fábrica de Porto Feliz – inaugurada em maio do ano passado –, em cerimônia que marcou o início das obras de ampliação da linha, que exigirá um novo prédio. Participaram do evento, entre outros, o governador Gerado Alckmin e o secretário do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Igor Calvet.
“A fábrica de motores, inaugurada no ano passado, é a mais moderna do grupo no mundo”, diz o presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang. Ele ressalta que, além dos novos aportes, a empresa “não demitiu nenhum funcionário durante o período de retração do mercado”. O grupo emprega atualmente 5.850 trabalhadores em quatro unidades.
As fábricas de Indaiatuba, onde é produzido o Corolla, a de Sorocaba, que hoje faz apenas o Etios, e a de motores operam com capacidade plena, em dois turnos, informa Chang, que assumiu o posto no início deste ano. “Dependendo da recuperação do mercado, vamos avaliar se precisaremos de um terceiro turno”.
O Yaris é produzido na China, em Taiwan, na Tailândia e na França. No Brasil será desenvolvida uma nova geração do modelo que ainda será lançada globalmente. Terá versões hatch e sedã e terá entre seus principais concorrentes o novo Polo (lançado oficialmente ontem) e o Virtus (que chegará ao mercado no início de 2018), ambos da Volkswagen, e o Argo, lançamento recente da Fiat.
Novo programa
Chang citou ainda as perspectivas com o Rota 2030, novo programa automotivo que substituirá o Inovar-Auto. “Tenho certeza de que será ainda mais importante para a indústria brasileira, pois trará diretrizes relevantes para o setor focadas em tecnologia e eficiência energética, permitindo maior competitividade dos nossos produtos.”
Apesar de o novo programa favorecer modelos menos poluentes, como o híbrido Prius, Chang afirma que a produção desse modelo ainda não está prevista para o Brasil, embora há estudos de sua viabilidade. “Se pudéssemos utilizar ferramental usado, ou mesmo robôs usados, talvez fosse viável”, afirma o presidente do grupo para América Latina e Caribe, Steve St. Angelo. “Como o volume de produção inicialmente seria baixo, não é possível investir agora em novos equipamentos para todo o processo produtivo.”
De janeiro a agosto a Toyota vendeu no mercado brasileiro 123 mil veículos, 3% a mais que em igual período do ano passado. O mercado total de automóveis e comerciais leves cresceu 5,9% no período, para 1,382 milhão de unidades. A participação da marca nas vendas saltou de 3,1% em 2012 para 8,6% neste ano. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)