Revista Torque
Para seguir a onda dos aventureiros urbanos, a VW lançou uma versão do Gol mais adequada a pisos ruins, batizada como Gol Rallye. Ele vinha com suspensão elevada, motor 1.6 e era o topo da linha do compacto. Até a geração anterior, o Gol Rallye existiu, e foi o primeiro (e único) Gol a contar com o motor 1.6 16V MSI de 120 cv. Era muito rápido, mas durou pouco. Ainda na geração anterior, o Gol Track foi lançado, e se tratava de uma versão aventureira mais simples, com motor 1.0.
Após o facelifit mais atual, apenas o Gol Track voltou. Equipado com motor 1.0 MPI de 3 cilindros e 12V, o carro conta com detalhes visuais exclusivos, como farol com duplo refletor, capô, grade e para-choques exclusivos, herança da Saveiro Cross. Além disso, o carro conta com molduras de plástico pretas nos para-lamas e detalhes em preto na carroceria. Não há alterações na mecânica, nem mesmo suspensões elevadas, e isso é uma boa notícia, pois o Gol Track é bom de chão como qualquer outro Gol.
Seu propulsor entrega 75/82 cv @ 6.250 rpm de potência e 9,7/10,4 kgfm @ 3.000 rpm de torque (G/E). Moderno, o motor 1.0 de 3 cilindros é bem elástico e entrega desempenho razoável ao carro, que pesa 990 kg. Combinado ao motor está o câmbio MQ200, que possui engates rápidos e precisos, e ainda é uma referência no mercado nacional. Em nosso teste, o carro foi bem econômico com gasolina, fazendo 13 km/l na cidade e 15,4 km/l na estrada. Sua aceleração de 0-100 km/h foi feita em 14,4 segundos.
Simples e objetivo
Do lado de dentro a versão Track também não traz mudanças, e continua a trazer o painel de materiais simples com encaixes precisos. O visual lembra o Golf, especialmente com a vistosa central multimídia (que custa R$ 2.524). Seu preço básico é de R$ 43.990, mas equipado conforme o carro que testamos, sai por R$ 50.587. Só a pintura laranja custa R$ 1.780.
Dentro do Gol há espaço suficiente para 4 adultos de estatura mediana, sendo que pessoas mais altas carecem de espaço para as pernas no banco traseiro. Seu porta-malas de 285 litros é honesto. A posição de dirigir é razoável, e o banco conta com regulagem pouco precisa em altura. A coluna de direção não é regulável em altura ou profundidade. Já a visibilidade é excelente pelos retrovisores, e o sensor de estacionamento auxilia nas manobras, que são bem fáceis de realizar, graças ao diâmetro de giro de 10,8 m e as dimensões contidas do carro.
Rodando na cidade o Gol é suave, com suspensão bem calibrada para asfalto crocante ou liso. Seu isolamento acústico é bom e a solidez do carro é agradável, fruto da boa plataforma. O motor 1.0 tem uma certa apatia em baixos giros, mas acima de 3.000 rpm ganha força com vigor, entregando bom desempenho ao compacto, especialmente com Etanol no tanque.
De bem com a vida
Na estrada o carro roda com giros mais altos que o ideal, o que atrapalha um pouco o consumo, embora a suavidade do motor mascare um pouco as rotações elevadas. O lado bom disso é que o motor está sempre na faixa de torque ideal, fazendo com que as respostas e retomadas em ritmo rodoviário sejam sempre agradáveis. O carro tem ótima estabilidade e bom equilíbrio, além de bons freios, mas fica devendo itens de segurança ativa como controles de tração e estabilidade.
Em resumo, o Gol Track é uma opção interessante para quem pensa em um compacto, especialmente pelo seu visual exclusivo. Na prática ele seria ainda mais interessante com motor 1.6, de preferência o 1.6 16V, e quem sabe um refinamento maior no acabamento e em alguns mimos para o motorista, mas aí precisaria se chamar Rallye.
Confira nosso vídeo. (Revista Torque/Marcelo Silva)