Jornal do Carro
Recentemente, Audi e Volkswagen alteraram o modo de classificação de motorização de seus veículos. E o curioso é que – embora sejam empresas do mesmo grupo – cada uma foi para um lado.
Na Volkswagen, o número na tampa do porta-malas vai indicar o torque do motor, em Newton-metro (Nm). A Audi vai privilegiar a potência.
No caso da Volkswagen, as mudanças vão começar com o novo Polo, a ser lançado no Brasil em novembro, e irá valer para os carros equipados com motor turbo (TSI).
A justificativa, segundo a Volkswagen, é que, com a introdução de tecnologias como o turbo, a cilindrada importa cada vez menos. Atualmente, motores pequenos são mais eficientes que os grandalhões do passado. Além disso, no dia a dia torque é muito mais importante do que potência, e em carros modernos ele ocorre em rotações baixas.
Outra razão é que muita gente fugiria de um carro moderno como o Polo se ele exibisse um “1.0” na tampa. Por isso, acostume-se com o “200”. E, de quebra, vá se preparando para se familiarizar com a nova unidade de medida de força: Newton, em vez de kilograma-força.
Até aqui, tudo bem? Então prepare-se porque agora vai piorar. Se o Polo 1.0 é “200”, o que significa o “30” no Audi?
A marca de luxo do grupo Volkswagen também está alterando a classificação de seus carros, só que escolheu a potência, e não o torque. E, para deixar a coisa ainda mais confusa, optou por empregar um número aleatório, para designar uma faixa de potência, e em kiloWatts.
Na Audi, a coisa vai ficar assim: modelos com potência entre 81 e 96 kW (109 e 130 cv) virão identificados pelo numeral “30”. Esse “30” foi uma escolha aleatória, e significa o primeiro degrau de uma escala, que vai de 5 em 5.
A potência em kilowatts também é pouco utilizada no Brasil, e equivale a 1,35 cv.
Com motores entre 169 e 185 kW (228 a 250 cv), os modelos virão identificados com o número 45. Automóveis com mais de 400 kW (540 cv) serão identificados com o número 70.
O primeiro carro a adotar a nova nomenclatura será o Audi A8, a ser lançado no fim do ano.
A razão que norteou a mudança na Audi é a mesma da Volkswagen: a cilindrada é cada vez menos importante, à medida que sistemas alternativos de propulsão ganham espaço.
Por isso, nada mais natural que substituir a cilindrada. Mas, que vai ficar confuso, ah, isso vai. (Jornal do Carro)