Gazeta do Povo
Apesar de o setor automotivo ainda dar sinais fracos de recuperação, as montadoras começam a tirar do papel um novo ciclo de investimentos. As marcas Volvo, Renault, General Motors e Volkswagen anunciaram que vão investir bilhões de reais para modernizar suas fábricas e lançar novas linhas de produtos no mercado. Os aportes das quatro fabricantes para este e o próximo ano, se somados, chegam a R$ 8,85 bilhões.
A General Motors (GM), dona da marca Chevrolet, será a montadora que fará o maior investimento no país no curto prazo. A empresa vai investir R$ 4,5 bilhões nas suas três fábricas no Brasil, o maior valor já anunciado dentro dos seus 92 anos de atuação no país. A montadora vai aportar R$ 1,4 bilhão no Complexo Industrial de Gravataí, no Rio Grande do Sul, R$ 1,2 bilhão na unidade de São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, e R$ 1,9 bilhão na fábrica de Joinville, em Santa Catarina.
O dinheiro será utilizado para modernizar as fábricas e para desenvolver novos produtos. A companhia quer ampliar a linha de produtos da Chevrolet e trazer ao mercado veículos mais conectados, seguros e eficientes energeticamente. Com isso, a empresa espera tanto ampliar a sua competitividade no mercado interno quanto se preparar para exportar os produtos daqui para várias partes do mundo.
Logo depois da GM vem a Volkswagen. A montadora vai investir R$ 2,6 bilhões na sua fábrica em São Bernardo do Campo. A modernização da unidade será feita, segundo a montadora, a partir dos conceitos da Indústria 4.0. Isso quer dizer que a empresa reformará a sua planta para adotar mais tecnologia e automação na produção dos veículos. O objetivo é aumentar a produtividade da fábrica, que opera atualmente em um só turno, ao torná-la mais rápida, enxuta e eficiente.
É esperado, ainda, que a empresa anuncie investimentos para a sua fábrica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A companhia deve começar a produzir na planta paranaense o novo SUV T-Roc e uma picape de porte intermediário para concorrer com a Toro, da Fiat. As informações, porém, ainda não são confirmadas pela empresa.
Dentro do pacote de investimentos do setor automotivo, a Renault é uma das poucas que vai aumentar a capacidade instalada. A empresa vai construir no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, a Curitiba Injeção de Alumínio (CIA), com investimentos de R$ 350 milhões. A fábrica, que deve começar a operar em 2018, vai produzir duas linhas de injeção: uma de alta pressão e outra de baixa pressão. Será a quarta planta industrial do Complexo.
Além da nova fábrica, a Renault vai ampliar a fábrica motores, que também fica no Complexo Ayrton Senna. O local passará a abrigar novas linhas de usinagem de blocos e cabeçotes em alumínio e virabrequim em aço, utilizados nos motores 1.6 SCe. As obras custarão R$ 400 milhões.
A montadora atribui o investimento total de R$ 750 milhões ao sucesso dos motores 1.0 SCe e 1.6 SCe, lançados no fim de 2016, e ao aumento das exportações. Em 2016, a empresa exportou 35% de toda a sua produção feita no Paraná. Já no primeiro semestre deste ano, as exportações cresceram ainda mais e acumularam alta de 60% em relação ao mesmo período do ano passado. O aporte conta, ainda, com um empurrão do poder público, pois o investimento será subsidiado pela segunda fase do programa Paraná Competitivo.
Já a Volvo, que inaugurou o pacote de investimentos do setor automotivo, anunciou em fevereiro que vai investir R$ 1 bilhão na América Latina nos próximos três anos (2017-2019). A maior parte (cerca de 90% do total) será aplicada no Brasil, na fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que produz caminhões, chassis de ônibus e motores. O valor será usado para em novas instalações e no desenvolvimento de novos produtos e em células de testes de motores. (Gazeta do Povo)