De preparadora a divisão esportiva, AMG faz 50 anos

O Estado de S. Paulo

 

Luxo por fora, esportividade extrema por dentro. A combinação irresistível que selou o sucesso da AMG, divisão de alta performance da MercedesBenz, completou neste ano meio século de existência.

 

A AMG surgiu a partir de uma dissidência da antiga DaimlerBenz. Os jovens engenheiros Hans Werner Aufrecht e Erhard Melcher trabalhavam na preparação de motores de competição da marca, até que a empresa decidiu parar de investir em automobilismo.

 

Com isso, os dois deixaram a Daimler-Benz e passaram a exercer seu ofício em uma garagem na cidade alemã de Burgstall. O mês era junho de 1967. Nascia ali a AMG – cuja sigla usava as iniciais dos sobrenomes dos dois sócios e da cidade de nascimento de Aufrecht, Grossaspach.

 

O trabalho da dupla ganharia notoriedade quatro anos depois, quando um Mercedes AMG 300 SEL venceu a 24 Horas de Spa-Francorchamps (na Bélgica) de 1971 em sua categoria, terminando em segundo lugar na classificação geral. O carro tinha motor 6.8 V8 de 428 cv.

 

Em 1980, os negócios da preparadora alemã ganharam novo impulso quando o AMG 450 SLC Racing Coupé pilotado por Clemens Schickentanz e Jörg Denzel venceu o Grande Prêmio de Nürburgring, na Alemanha. Isso fez com que clientes da Mercedes procurassem a AMG para turbinar o desempenho de seus carros de rua.

 

O sucesso da AMG levou a Mercedes-Benz a assinar com ela um contrato de cooperação, em 1993, para o desenvolvimento de carros em conjunto (dos quais o primeiro foi o C 36 AMG, que teve 5 mil unidades vendidas). A preparadora também pôde se beneficiar a extensa rede de concessionárias da montadora. Em 1999, a Daimler adquiriu 51% das ações da AMG e, seis anos depois, tornou-se sua única acionista. Com isso, a Mercedes-AMG passou a ser uma subsidiária integral do grupo Daimler AG.

 

O primeiro modelo de larga escala fabricado pela divisão esportiva nessa fase foi o SLS AMG, de 2009, com marcantes portas do tipo asas de gaivota.

 

O A 45 AMG, de 2013, ampliou o alcance da marca a um universo maior de clientes. A Mercedes-AMG fechou 2016 com quase 100 mil carros vendidos no mundo todo – foram 99.235 exemplares.

 

Para um futuro próximo, a divisão esportiva já aposta em modelos híbridos. Os primeiros, a serem lançados em 2018, substituirão a atual linha 43 e terão um novo motor seis-cilindros acoplado a um elétrico, com potência na casa dos 500 cv.

 

Em 2019, a AMG deve lançar seu primeiro hipercarro, o Project One, com produção de 275 unidades e potência combinada de impressionantes 1.050 cv. (O Estado de S. Paulo)