Diesel contribuiu para 38 mil mortes por ano em 11 mercados, inclusive, no Brasil diz estudo internacional

Diário do Transporte

 

A utilização do óleo diesel como principal matriz energética em veículos pesados e, no caso da Europa, em modelos leves, tem prejudicado a saúde de muitas pessoas, inclusive contribuindo para o aumento no número de mortes.

 

É o que afirma um grupo multidisciplinar internacional formado pelos pesquisadores Susan C. Anenberg, Joshua Miller, Ray Minjares, Li Du, Daven K. Henze, Forrest Lacey, Christopher S. Malley, Lisa Emberson, Vicente Franco, Zbigniew Klimont e Chris Heyes.

 

O atrigo técnico com dados do estudo deste grupo, concluído em 2016, revela que no ano anterior 38 mil mortes em onze mercados de motores foram relacionadas diretamente ao diesel, por causa dos óxidos de nitrogênio (NOx) e materiais particulados finos  (PM 2,5).

 

O trabalho independente foi divulgado pela publicação especializada Nature e tem como base dados oficiais destes onze mercados, levando em conta registros de departamentos e ministérios da saúde e de órgãos públicos ambientais.

 

Estes mercados são formados por Brasil, Austrália, Canadá, China, União Europeia, Índia, Japão, México, Rússia, Coréia do Sul e Rússia.

 

O estudo mostra formas de mitigar as emissões por óleo diesel com adoção de práticas como a transição total desses mercados para padrões iguais ou mais rigorosos que o Euro 6 para os motores de ônibus, caminhões e utilitários (hoje o Brasil tem como base as normas Euro 5), e a ampliação de formas de tração alternativas ao diesel, como a eletricidade ou combustíveis não derivados de petróleo, como etanol.

 

Trólebus, ônibus elétricos a bateria e mais transporte sobre trilhos devem estar nos planos.

 

Com essas práticas, diz o estudo, 174 mil mortes prematuras podem ser evitadas até 2040. Esses óbitos são relacionados ao óxido de nitrogênio e as emissões de materiais particulados finos que são mais agressivos ao organismo.

 

Segundo o estudo, o diesel concentra em maior proporção que a gasolina alguns tipos de poluentes. Os gases a base de ozônio e os materiais particulados mais facilmente inalados podem causar tipos de câncer graves e, no ambiente, a concentração de enxofre gera ácido sulfúrico (H2SO4), provocando chuva ácida, que também contamina o solo, a água e os alimentos.

 

Segundo o ICCT, sigla em inglês para Conselho Internacional para o Transporte Limpo, há uma preocupação em relação ao projeto de Lei 1013/2011, de autoria do deputado Aureo Lidio Moreira Ribeiro, do Rio de Janeiro, que quer liberar a fabricação de utilitários leves a diesel no Brasil.

 

Cálculos do conselho estimam a morte de 150 mil pessoas no Brasil pelos próximos 30 anos, caso o projeto seja aprovado. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)