Produção atual ocupa só 20% da capacidade das montadoras

O Estado de S. Paulo

 

No ano passado, as montadoras produziram 60,6 mil caminhões, o mais baixo volume em 17 anos. Em 2015, foram 74 mil e, no ano anterior, 140 mil. Nos primeiros quatro meses de 2017 saíram das linhas de montagem 21,6 mil unidades, o que representa uma recuperação de 6,5% em relação ao mesmo período de 2016. Ainda assim, as fábricas operam com apenas 20% da capacidade produtiva.

 

Assim como ocorre com os automóveis, o que tem ajudado a produção a reagir são as exportações. De janeiro a abril, as vendas externas de caminhões aumentaram 43,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, somando 8.313 unidades.

 

As vendas internas, no entanto, estão 24,1% inferiores no comparativo com os números de 2016, com 13,1 mil unidades.

 

“Pelo menos o telefone voltou a tocar e estamos recebendo novas consultas”, diz o diretor da Mercedes-Benz, Luiz Carlos de Moraes, também vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

A previsão da entidade é que, somando caminhões e ônibus, deverão ser vendidos até dezembro 65,6 mil veículos dos dois segmentos, pouco acima dos 61,7 mil do ano passado.

 

Para a produção, é esperada alta de 26%, para 100 mil unidades, das quais 34,4 mil devem ser exportadas. A Argentina ficará com pelo menos metade desses veículos para atender à demanda de sua economia, que deve crescer 3% este ano.

 

Retomada moderada. Moraes espera que a recuperação das vendas comece a partir do segundo semestre. “Será uma retomada moderada”, adianta. Entre os fatores que devem ajudar a reverter a queda atual ele cita a volta do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e a provação das reformas da Previdência e trabalhista, ambas apoiadas pela Anfavea.

 

“A reforma trabalhista vai trazer modernização nas relações entre empresas e trabalhadores, vai reforçar os acordos negociados e vai valorizar as ações dos sindicatos”, afirma o presidente da Anfavea, Antonio Megale. “Haverá um impacto positivo nas decisões de investimentos futuros no País.” / C.S.

 

“Pelo menos o telefone voltou a tocar e estamos recebendo novas consultas”, Luiz Carlos de Moraes, diretor da Mercedes-Benz. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)