Crescem vendas de automóveis para a Argentina

O Estado de S. Paulo

 

As exportações de veículos para a Argentina atingiram 155,6 mil unidades no primeiro quadrimestre, 50% mais do que em igual período de 2016 e foram equivalentes a dois terços do número total de autos exportados (232,2 mil) entre janeiro e abril pelo País. Foi o melhor quadrimestre da história, influenciado positivamente não apenas pela melhoria da economia portenha, mas pelas importações de outros países latino-americanos, como México, Chile, Colômbia, Uruguai, Peru e Paraguai, segundo reportagem do Estado publicada há alguns dias.

 

A fabricação de veículos para exportar correspondeu a 23,1% da produção total. O resultado não basta para devolver às montadoras o dinamismo que mostrou no passado recente, mas ajuda a reanimar um setor impor- tante que sofreu muito com a maior recessão da história brasileira. Projeção da consultoria internacional Roland Berger indica que o Brasil deverá exportar mais do que os 558 mil veículos estimados no início do ano. Será, de todo modo, uma fatia expressiva da produção, que, nos últimos 12 meses, alcançou 2,29 milhões de veículos, 4,1% mais do que nos 12 meses anteriores.

 

Entre janeiro e abril, as montadoras exportaram US$ 4,6 bilhões, contra US$ 3 bilhões em igual período de 2016. Se os números se repetissem até dezembro, as exportações de veículos, inclusive máquinas agrícolas e rodoviárias, atingiriam US$ 13,8 bilhões (em 2016, foram US$ 10,6 bilhões). Mas, como os últimos meses do ano tendem a ser mais fortes, pode-se supor que as vendas externas de veículos fiquem próximas dos US$ 15 bilhões, dependendo da política das matrizes para as subsidiárias, inclusive baseadas no Brasil.

 

A demanda argentina tem tudo a ver com os números favoráveis exibidos pela economia da nação vizinha. “Há previsão de crescimento de 3% do PIB argentino este ano e o país tem maior demanda por carros”, notou o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro. Entre janeiro e abril, a Argentina importou US$ 1,41 bilhão em automóveis, “sem incluir veículos pesados e peças”, disse Castro.

 

A retomada da economia argentina traz certo fôlego ao Brasil, segundo Rodrigo Custódio, da Roland Berger. Mas é possível, alertou, que o vigor das vendas de veículos não se sustente, pois depende da evolução das economias da região. (O Estado de S. Paulo)