O Estado de S. Paulo
Apesar dos sinais de estabilização no mercado automotivo, com moderação na queda das vendas, o volume de veículos vendidos no País está no patamar mais baixo em 11 anos.
Conforme balanço divulgado hoje pela Fenabrave, a entidade que representa as concessionárias, 628,9 mil carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus foram comercializados nos quatro primeiros meses de 2017. Desde 2006, quando foram vendidas 548,7 mil unidades nos quatro primeiros meses, não se via número tão baixo entre períodos equivalentes.
O levantamento de abril da Fenabrave mostra que todos os segmentos da indústria automobilística seguem no vermelho. Os números do mês passado revelam melhora no ritmo diário de vendas, mas em ritmo insuficiente para eliminar o impacto dos dois feriados que obrigaram as concessionárias a fechar as portas em abril.
No mercado de carros de passeio e utilitários, o de maior volume, as vendas do mês passado caíram 3,25% na comparação com abril de 2016 e 17,11% em relação a março. As montadoras podem comemorar, no entanto, que, na média, venderam 8,5 mil carros a cada dia útil, o que significa 458 unidades a mais do que no mês imediatamente anterior e também mais do que os menos de 8 mil carros de abril de 2016 – embora, ainda muito abaixo dos mais de 10 mil veículos vendidos diariamente dois anos atrás.
Mesmo assim, de janeiro a abril, as vendas de carros, em 612,2 mil unidades, foram 1,67% inferiores ao volume do mesmo período de 2016.
No setor de veículos pesados de carga, as quedas são ainda mais expressivas. As vendas de caminhões, que somaram 3,5 mil unidades em abril, recuaram 16,77% na comparação anual e 15,40% em relação a março. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o mercado de caminhões encolheu 23,39% somando 13,2 mil unidades.
O levantamento da Fenabrave mostra ainda queda de 7,41% das vendas de ônibus em abril, na comparação anual. Em relação a março, o recuo nesse setor foi de 9,15%. No total, foram emplacados 1,1 mil coletivos no mês passado, o que leva as vendas no acumulado de 2017 para 3,6 mil unidades, uma queda de 20,17%. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)