Jornal Extra
O governo federal começou a discutir nesta terça-feira, 18, uma nova política industrial de longo prazo para o setor automotivo, em razão da proximidade da expiração do programa atual, Inovar Auto, no final do ano.
O programa, intitulado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços de “Rota 2030”, visa criar um grupo de trabalho para planejar a política industrial para além dos ciclos políticos normais de quatro em quatro anos.
“O entendimento hoje desse ministério em especial e do governo, mais amplamente, é de que nós não conseguiremos fazer ou pensar em indústria e fazer política industrial em ciclos muito pequenos porque as decisões empresariais em geral são tomadas em ciclos mais longos”, disse o Secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial, Igor Calvet.
Segundo o secretário, a política atual vem sendo muito criticada por ser “excessivamente protecionista”, impedindo a entrada de veículos importados no país.
Perguntado sobre quais são os temas principais para o governo na discussão da nova política industrial para o setor automotivo Calvet não deu detalhes, mas afirmou que não existe nenhuma mudança urgente. “Algumas coisas vão ser mantidas. Eu imagino que pesquisa e desenvolvimento e inovação precisam ser mantidas como contrapartidas, eficiência energética precisa ser mantida, a segurança veicular no país precisa ser mantida”, disse.
A política começa a ser discutida pelo governo e representantes da indústria enquanto o setor automotivo busca ampliar suas exportações como forma de minimizar o quadro de baixa demanda interna. Na semana passada, o governo anunciou acordo com a Colômbia para triplicar as exportações de automóveis para o vizinho em três anos. As vendas, que somaram 17,5 mil unidades no ano passado, devem chegar a 50 mil, informou o ministério.
Em nota, o ministério afirmou que “para tornar o Brasil um polo global de desenvolvimento e produção de veículos, o novo ciclo da política automotiva terá como guia as novas tendências de mobilidade”. Segundo a pasta, a indústria nacional deve chegar em 2030 com tecnologia “equivalente a de mercados avançados, integração ativa na cadeia global de suprimentos, competitividade na produção dos principais sistemas automotivos e capacidade de desenvolvimento de projetos globais”.
Para o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, o Inovar Auto “teve um olhar muito mais para o mercado interno. Este é o momento de discutirmos as bases para uma abordagem ofensiva no mercado global e buscar a integração competitiva”. (Jornal Extra)