UOL Carros
Atual líder de vendas no Brasil – quando se leva em conta marcas individuais e não os grupos, como a Fiat-Chrysler prefere -, a General Motors já planeja os próximos passos para não perder o embalo (tecnológico e de mercado) em relação à concorrência.
UOL Carros obteve junto a fontes ligadas à fabricante, com exclusividade, informações preciosas sobre o que está por vir. O cronograma de médio prazo representará a última etapa do plano de investimentos de mais de R$ 13 bilhões da marca no país.
Anote aí: 2020 será o momento da “virada de chave”. A fabricante já estabeleceu tal ano como meta para estreia da nova plataforma de veículos compactos do grupo no Brasil.
Ela será modular, como a base MQB da Volkswagen (que agora cria de Polo ao gigante Atlas), e dará origem a seis modelos, como por exemplo as novas gerações de Onix e Prisma – ainda não há certeza sobre manutenção dos nomes, mas a ideia original é mantê-los.
Não serão só eles. O projeto inclui: uma picapinha para o lugar da Montana (e derivada diretamente do Onix II); um SUV compacto, feito localmente para ara ocupar espaço do Tracker e ter reais chances de brigar pela liderança do segmento; o substituto do Cobalt, tendo responsabilidade de brigar diretamente com os vindouros Volkswagen Virtus e Fiat X6S; e uma provável substituta da minivan Spin.
De acordo com fontes, a nova plataforma está sendo desenvolvida nos Estados Unidos e, especialmente, na China. Diferentemente do que ocorre com a atual base de Onix e derivados, e também com o novo Cruze, ela praticamente não terá influência da GM Daewoo (Coreia do Sul) nem da Opel, recentemente vendida para o grupo PSA.
Seu foco será justamente veículos compactos desenvolvidos para mercados emergentes.
UOL Carros apurou que a fabricante cogita até construir uma nova linha de montagem em São Caetano do Sul (SP) para comportar a nova base sem precisar interromper as produções correntes. Outras linhas devem ser adaptadas para recebê-la, caso de Gravataí (RS) e Rosario (Argentina).
E os motores?
O planejamento inclui ainda, e finalmente, a renovação da gama de motores nacionais, visto que os atuais propulsores usados em carros de passeio nacionais da GM – 1.0, 1.4 e 1.8 4-cilindros – já estão no limite de desenvolvimento em relação à eficiência energética.
Uma unidade 3-cilindros de 1 litro já está no radar (e traria o último elo genealógico com a Opel).
UOL Carros apostaria ainda que a fabricante vai aproveitar o atual 1.4 turboflex usado por Cruze (hatch e sedã) e Tracker – e que em breve será produzido na Argentina – nos modelos de porte maior (como o futuro SUV e o substituto do Cobalt), em substituição ao atual 1.8 Econoflex.
Além disso, teria em mãos uma ótima base para criar um novo 1.4 aspirado a ser fabricado em Joinville (SC).
Enquanto isso…
Até a chegada de 2020, a GM passará os próximos anos renovando sua atual linha de produtos. Em 2017, depois do novo Tracker, a fabricante fará a troca do velho Captiva pelo novo e tecnológico Equinox mexicano, com apresentação no Salão de Buenos Aires, em julho, e chegada às ruas no segundo semestre.
Para 2018 será a vez de renovar a Spin, com facelift que deve promover alterações visuais e de acabamento interno. Também entre 2018 e 2020 deve ser iniciada a renovação na gama de trens-de-força da marca.
Procurada por UOL Carros, a assessoria da GM informou que “não comenta especulações sobre seus planos e estratégias para o futuro”. (UOL Carros/Leonardo Felix e Fernando Calmon)