AutoBus
Os atuais ônibus brasileiros equipados com motores dotados da tecnologia Euro 5 são mais caros, cerca de 15 a 20%, em função da tecnologia SCR (reator de ureia para redução de NOx – óxido de nitrogênio), que segundo os especialistas, não funciona bem em operação urbana por causa da baixa temperatura dos gases de escape. Só funciona adequadamente nos testes de laboratório e em regime de altas cargas e velocidades.
Trata-se de um fracasso da regulamentação Euro 5 em todo mundo, não só no Brasil, comprovado por medições na rua. Santiago do Chile decidiu pela adoção da norma Euro 6 nos ônibus novos desde 2016, sem passar pela Euro 5. A tecnologia Euro 6 corrige as falhas da Euro 5 e ainda vem com filtro de material particulado (cancerígeno), reduzindo essas emissões a quase zero. Os chilenos não gostam de jogar dinheiro público fora.
E as montadoras brasileiras participam desse avanço naquele país, fornecendo os ônibus Euro 6. Daí a pergunta: vamos continuar comprando grandes quantidades de ônibus e caminhões Euro 5 até 2020 ou depois, sendo que essa tecnologia defeituosa e cara que não controla devidamente as emissões de NOx (Óxido de Nitrogênio) nas ruas, ou vamos no caminho dos chilenos, antecipando o fornecimento dos ônibus Euro 6 para já?
Caso contrário, continuaremos jogando milhões do dinheiro público fora, afinal, no fundo, quem paga o custo dos ônibus é a tarifa e os fartos subsídios do tesouro (no caso paulistano). Eis uma questão a ser colocada na mesa com serenidade e boa vontade por parte das autoridades e montadoras. (AutoBus/Olímpio Alvares, engenheiro mecânico)