Brasil poderá triplicar venda de carros para a Colômbia

O Estado de S. Paulo

 

O Brasil fechou um acordo com a Colômbia que permitirá triplicar as exportações de automóveis para aquele mercado no prazo de três anos. As vendas, que somaram 17,5 mil unidades no ano passado, poderão chegar a 50 mil. No ano passado, o total de veículos exportados pelo Brasil foi de 520 mil, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

“É uma medida importante, de grande interesse das montadoras instaladas no Brasil, mas sobretudo um passo a mais na direção da integração regional, com diversas possibilidades comerciais entre nossos países”, disse ao Estado o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.

 

“Este acordo é de extrema importância para a indústria automobilística, pois permitirá mais integração e negócios para ambos os lados”, disse o presidente Anfavea, Antonio Carlos Megale. Ele espera que o acordo esteja operacional em 60 dias.

 

Até agora, as vendas de automóveis para a Colômbia estavam sujeitas ao recolhimento do Imposto de Importação da ordem de 16%. O acordo fechado na última sexta-feira estabelece cotas para que os países possam exportar, com alíquota zero, automóveis, vans e veículos comerciais leves. Essas cotas são de 12 mil unidades no primeiro ano, 25 mil no segundo e 50 mil do terceiro ao oitavo anos. Depois disso, haverá uma revisão. Se ela não for feita, per- manecem os 50 mil. Mesmo sem o acordo e, portanto, pagando impostos, o Brasil as exportações de 7,5 mil em 2015 para 17,5 mil no ano passado.

 

O acordo prevê que a Colômbia poderá exportar as mesmas quantidades para o País sem recolher impostos. Mas, atualmente, o país não produz automóveis. “Num primeiro momento, o benefício é imediato para a exportação brasileira”, afirmou o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Alexandre Lobo.

 

Os colombianos acreditam que iniciarão suas vendas ao Brasil em aproximadamente um ano e meio. Por isso, fizeram questão de garantir que as condições tarifárias para vender ao mercado brasileiro serão iguais às de outros fabricantes que têm acordo com o País, como a Argentina e o México. (O Estado de S. Paulo/Lu Aiko Otta)