Líder isolado, novo Toyota Corolla enfrenta rival Honda Civic

Carsale

 

Líder isolado de vendas do segmento de sedãs médios desde 2014, o Toyota Corolla chega à linha 2018 com visual retocado e novos equipamentos (entre eles o tão requisitado controle eletrônico de estabilidade) para tentar ampliar essa vantagem em relação aos concorrentes, que tornaram a disputa na categoria ainda mais acirrada nos últimos anos.

 

Para confirmar se o Corolla tem “bala na agulha” para continuar dominando o mercado, o Carsale o comparou com o arquirrival Honda Civic, que foi totalmente renovado no ano passado e atualmente ocupa o segundo lugar do segmento. Para isso, levamos em consideração a versão mais vendida do Toyota, a intermediária XEi (R$ 99.990). O Honda entra na briga na configuração EX (R$ 98.400).

 

Visualmente, a Toyota deu uma leve rejuvenescida no Corolla com a adoção de uma aparência mais agressiva, reforçada pelo para-choque dianteiro com vincos mais pronunciados e fendas. Os faróis também foram redesenhados e estão mais pontiagudos, enquanto as lanternas, agora de LED, tiveram o arranjo de luzes modificado. Mesmo assim, o Corolla continua mais conservador que o Civic, que na décima geração voltou a apostar em um visual mais esportivo – ainda que o desenho da traseira divida opiniões.

 

Por dentro, as mudanças no Corolla são mínimas e podem ser vistas nos novos comandos e nas saídas laterais arredondadas do ar-condicionado. E o tradicional reloginho digital continua presente, sendo reposicionado do topo do painel para a lateral do sistema de entretenimento e navegação.

 

De série, ambos são equipados com ar-condicionado digital (de duas zonas no Corolla), direção elétrica, rodas de 17 polegadas, faróis com acendimento automático e LEDs diurnos, faróis de neblina, bancos de couro e controlador de velocidade. No pacote de segurança, Corolla e Civic contam com os controles de eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, ganchos Isofix para a fixação de cadeirinhas infantis, além de airbags frontais, laterais e de cortina. O Toyota adiciona uma bolsa inflável para a proteção dos joelhos do motorista.

 

A partir da versão XEi, o Corolla conta com a nova central multimídia (a mesma da Hilux) com tela sensível ao toque, GPS, rádio AM/FM, conexões Bluetooth e USB e TV digital. Já o Civic EX, bem que merecia um equipamento superior ao simples rádio que também é utilizado no Fit e nas versões de entrada do HR-V.

 

Por dentro, os dois sedãs oferecem bom espaço para os ocupantes, mas o Corolla leva vantagem na hora de acomodar o terceiro passageiro no banco de trás devido ao assoalho plano, que o Civic perdeu nesta nova geração. No entanto, a cabine do Honda agrada mais pelo visual moderno e acabamento mais caprichado.

 

Tanto o Corolla XEi quanto o Civic EX são equipados com motorização 2.0 flex e câmbio automático de variação contínua (CVT) com simulação de sete marchas no modo manual, acionado nas borboletas atrás do volante – no Civic a simulação acontece apenas no modo esportivo. O propulsor do Toyota gera 143/154 cv de potência, enquanto o do Honda entrega 150/155 cv (gasolina/etanol).

 

Na parte mecânica, o Corolla recebeu apenas mudanças na suspensão para que as novas rodas de 17 polegadas não comprometessem o conforto dos ocupantes. Para isso, a Toyota instalou amortecedores e molas mais firmes e aumentou a altura do conjunto em 5 mm. A direção elétrica também foi recalibrada. Essas alterações deixaram o Corolla bem mais agradável de guiar – especialmente na estrada, onde as curvas podem ser atacadas mais rapidamente e sem a sensação de que a traseira do carro está flutuando – mas as suas reações ainda parecem anestesiadas quando comparadas ao comportamento mais esportivo do Civic.

 

Se antes o Civic era um carro bom de curva, porém excessivamente duro para os ocupantes, agora ele concilia bem o conforto com a pegada mais esportiva que sempre foi uma das suas características. As suspensões independentes nas quatro rodas mantêm o Civic firme nas curvas mais rápidas, enquanto a direção aponta o sedã para a trajetória a ser seguida com maior rapidez e precisão.

 

Apesar da diferença de comportamento dinâmico, os dois sedãs empataram nos testes de frenagem a 100 km/h: ambos precisaram de 50,1 metros para a parada total, de acordo com o teste do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

 

Superior no prazer ao volante, o Civic, entretanto, anda um pouco atrás do Corolla quando o assunto é desempenho. Na pista de testes do Instituto Mauá de Tecnologia, o Toyota levou vantagem nas acelerações e retomadas e, de quebra, consumiu menos combustível em quase todas as situações. O motor com duplo comando variável na admissão e escape do Corolla (o do Civic tem variação apenas na admissão) e o câmbio CVT muito bem ajustado garantem respostas mais instantâneas, enquanto o conjunto do Honda leva mais tempo começar a embalar o carro.

 

A Toyota estudou direitinho as mudanças trazidas pela concorrência, mexeu nos pontos que rendiam críticas ao Corolla e deixou o seu sedã ainda mais competitivo no mercado. O Corolla continua não sendo o melhor modelo da categoria, mas por ser eficiente em praticamente tudo (e apoiado na reputação de carro robusto e pelo bom atendimento da rede de concessionárias), deve continuar dominando o segmento (e até ampliar a vantagem) por um bom tempo. Já o Civic compensa o menor apelo entre os consumidores com qualidade de construção e dinâmica superiores, que certamente agradarão em cheio quem dá mais importância ao prazer ao volante do que ao valor de revenda do carro. (Carsale)