Redução no consumo de água na cadeia produtiva automotiva

Mecânica Online

 

Você sabia que são necessários 2.230 litros de água por automóvel produzido? Esse é o desafio das fábricas brasileiras em reduzir o consumo de água por cada unidade que sai da linha de produção.

 

A Ford vem trabalhando no País para usar somente água reciclada na produção de seus veículos. A empresa já obteve resultados expressivos de redução do consumo de água, com economia de 61% de 2000 a 2015. Na fábrica de Camaçari, na Bahia, a meta de redução do consumo de água por carro produzido foi superada em 2016, chegando a 2,23 m³ por unidade.

 

O complexo de São Bernardo do Campo, em São Paulo, reduziu o consumo de água ao longo dos últimos cinco anos em 35,8%, o que representa uma economia de 863.700 m³, ou seja, 863 milhões de litros.

 

Na fábrica de motores e transmissões de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior paulista, a utilização de água reciclada dos processos industriais permite o abastecimento de um lago existente na unidade. Além da qualidade ambiental, funciona como um abrigo para aves selvagens que passam pela região em ciclo migratório, além de outras espécies que habitam o local.

 

A “Iniciativa de Gerenciamento de Água” da Ford, iniciada em 2000, vem introduzindo novas tecnologias e práticas em suas fábricas no mundo, visando a soluções sustentáveis para o uso racional. São realizadas desde ações de grande porte, como mudanças no processo de usinagem de componentes com quantidade mínima de óleo, até a adoção de hábitos mais simples, como a lavagem a seco da frota de veículos.

 

A fábrica da General Motors do Brasil em Joinville que completou quatro anos de operações em fevereiro, já produziu mais de 350 mil motores nas versões 1,0 e 1,4 litros, destinados à fábrica da GM em Gravataí (RS).

 

Em março de 2014, a unidade de Joinville foi a primeira fábrica do setor automotivo da América do Sul a conquistar a certificação internacional de construção sustentável Leadership in Energy and Environmental Design (Leed Gold) e a segunda a receber a certificação entre as fábricas da GM no mundo.

 

A utilização de módulos fotovoltaicos, o uso racional da água e da energia elétrica, tratamento de esgotos por meio de jardins filtrantes e tratamento de água por osmose reversa integram alguns dos processos relacionados à sustentabilidade.

 

A fábrica também reutiliza 26 mil metros cúbicos de água/ano, volume equivalente ao consumo de cerca de 100 residências.

 

Os jardins filtrantes ocupam uma área de 650 m² do total dos 3.500 m² ocupados pelo sistema de tratamento de efluentes e geram uma expressiva economia de energia elétrica, – superior a 60% se comparado a uma instalação convencional de 124 MWh/ano – deixando de gerar 3,6 toneladas de CO2 por ano, além de o custo de implementação ser bem menor que uma convencional do mesmo porte.

 

A tecnologia de tratamento de água por osmose reversa produz uma água de excelente qualidade, muitas vezes superior à da água de origem, que permite aplicação industrial irrestrita, com baixa salinidade e condutividade e isenta de micro-organismos.

 

A água tratada com elevado teor de pureza é utilizada para fins não potáveis, como processo industrial, sanitários, irrigação, jardinagem e lavagem de pisos.

 

“Atualmente, produzimos veículos com índices de recuperabilidade acima de 95% e de reciclabilidade superior a 85%. Através do aperfeiçoamento contínuo dos processos de produção, a empresa conseguiu reduzir cerca de 63% do consumo de energia elétrica e 75% de água para produzir um carro.

 

Desde a sua implantação, a fábrica de Joinville é referência mundial em preservação do meio-ambiente. Na General Motors, sustentabilidade é item de série”, diz Marcos Munhoz, vice-presidente da companhia. (Mecânica Online/Tarcisio Dias)