Ford reporta terceiro prejuízo anual na região

DCI

 

A Ford deve encerrar 2016 com o terceiro prejuízo consecutivo na América do Sul, impactado em grande parte pela queda no mercado brasileiro. No entanto, a expectativa é que, para 2017, as perdas venham de forma “reduzida”.

 

“A Ford está perdendo dinheiro no Brasil”, comentou nesta terça-feira (20) o presidente da empresa para América do Sul, Lyle Watters.

 

De acordo com o ele, a companhia está tomando todas as medidas possíveis para se adequar ao novo patamar do mercado brasileiro, o que inclui redução de custos e otimização das operações. “Mas nós vamos continuar investindo no País”, garantiu.

 

Para 2017, Watters projeta estabilidade no mercado automotivo brasileiro em relação a este ano. “Uma retomada só deve começar a acontecer a partir do segundo semestre.”

 

Cenário

 

Segundo o vice-presidente de relações institucionais para América do Sul, Rogélio Golfarb, as medidas de ajustes do governo precisam ser aprovadas para impulsionar a economia. “Também já notamos sinais de queda da taxa de juros, o que pode contribuir para uma reação do mercado.”

 

Golfarb avalia que o Brasil passa por um momento de transição. “Por muitos anos, tivemos um modelo econômico baseado no consumo, com incentivos do governo. Esse processo atingiu um ponto de exaustão”, explica o executivo. “Agora, a produtividade da indústria será crucial para um crescimento sustentável.”

 

Watters contou ainda que uma grande preocupação da Ford é a base de fornecedores. “Temos que nos certificar de que a cadeia produtiva estará preparada para quando o mercado voltar”, ponderou.

 

Sobre a participação que a montadora perdeu principalmente para marcas como Hyundai e Renault, Watters foi taxativo. “Market share é importante, mas o essencial é a rentabilidade”, disse. (DCI/Juliana Estigarríbia)