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Não é de hoje que o Google tem tentado explorar o universo dos veículos autônomos. O projeto vem sendo tocado desde 2009. O que a gigante da área de tecnologia provavelmente descobriu, conforme o nicho fica mais perto da realidade, é que o negócio é demasiadamente complexo, como toda operação que envolve a produção de um automóvel.
Tanto que o desenvolvimento de um carro próprio foi praticamente abandonado, muito por conta das reflexões que o primeiro acidente envolvendo um autônomo do Google forçou seus executivos a fazerem.
Se fazer um autônomo do zero está fora de questão, o Google ainda ambiciona explorar o potencial do mercado, agora como desenvolvedora de tecnologias a serem embarcadas em modelos de outras fabricantes.
Muito prazer, Waymo
Para isso a multinacional anunciou, nesta semana, a criação de uma nova divisão independente, batizada de Waymo – acrônimo da expressão em inglês “a new WAY forward in MObility” (um novo caminho em mobilidade, na tradução livre).
A subsidiária, que ficará sob o guarda-chuva do braço matriz da empresa, a Alphabet, pretende “fazer com que o transporte de pessoas e objetos seja seguro e fácil”.
Em outras palavras, será mostrar que “carros autônomos podem ser usados para fazer qualquer coisa cotidiana”, de forma segura e de uma forma que as pessoas possam considerar prazerosa – este é um dos bloqueios mais difíceis de se romper para que as pessoas aceitem a tecnologia.
Para demonstrar isso, a empresa levou à apresentação Steve Mahan, um deficiente visual de Austin (Texas), e afirmou que está usando um de seus veículos para ajudá-lo em seu transporte diário.
“Acreditamos que esta tecnologia pode remodelar alguns dos dez trilhões de milhas que os veículos motorizados viajam ao redor do mundo a cada ano”, disse John Krafcik, ex-diretor da Hyundai e nomeado CEO da Waymo.
Vender tecnologia, não carros
Krafcik não foi o único executivo tirado de outra empresa para tocar o projeto. Shaun Stewart, ex-Trip Advisor e airbnb, é outra mostra de que o foco atual já tentar viabilizar o projeto comercialmente.
“Podemos ver nossa tecnologia sendo útil em veículos pessoais, carona compartilhada, logística ou resolvendo problemas do transporte público. A condução autônoma pode ser útil de maneira que o mundo ainda nem imagina, criando novos tipos de produtos, empregos e serviços”, seguiu Krafcik, explicitando a grande abrangência de ação da Wayno.
Uma coisa ficou clara no discurso do chefão: o objetivo não será fabricar carros. “Já deixamos bem claro que não somos uma montadora. Somos uma companhia especializada em condução autônoma. Não queremos produzir carros, mas sim fazer motoristas melhores”, resumiu. (UOL Carros)