Reuters
A Volkswagen lançou nesta segunda-feira uma nova divisão de negócios digitais para assumir serviços como o Uber, expandindo seu foco de atuação para além da venda de carros.
A VW oferecerá serviços de transporte sob demanda no ano que vem através da nova unidade, que se chamará MOIA. A maior fabricante de automóveis da Europa vem intensificando os esforços para desenvolver serviços de mobilidade digital. No começo do ano, a Volkswagen investiu no negócio de transporte de passageiros Gett.
“No médio e longo prazos, o MOIA criará o tipo de serviço que atenderá às necessidades dos cidadãos urbanos”, afirmou Ole Harms, diretor da nova divisão, nesta segunda-feira.
Enquanto busca se recuperar do escândalo de emissões de diesel, a VW espera abocanhar uma fatia substancial da receita gerada por novos serviços até 2025. A montadora tem investido bilhões de euros em veículos elétricos, carros autônomos e serviços de transporte.
As perspectivas de negócio são grandes, avaliou a consultoria A.T. Kearney em estudo publicado em outubro. O mercado global de carros autônomos e serviços relacionados pode crescer para 282 bilhões de dólares até 2030, de 51 bilhões de dólares em 2020, de acordo com a consultoria.
A VW se entregou lentamente aos carros elétricos e por muito tempo ignorou alternativas, enquanto as rivais alemãs Daimler e a BMW há muitos anos davam andamento às próprias operações de compartilhamento de veículos.
Mas a VW deixou claro que pretende compensar pelo tempo perdido durante uma conferência de startups em Londres, na qual lançou o MOIA. “Mesmo que nem todo mundo ainda deva ter seu próprio carro no futuro, o MOIA pode ajudar a tornar todos um cliente da nossa empresa de um jeito ou de outro”, explicou o presidente da VW, Matthias Mueller.
No mês passado, ele informou que a montadora estava em negociações com o Uber sobre uma possível cooperação, mas a VW não se contentaria com o mero papel de fornecedor.
A empresa alemã quer se tornar um líder nesse novo segmento de serviços na Europa nos próximos dois anos, disse Harms a repórteres. De acordo com ele, a equipe da MOIA em Berlim deve quadruplicar para 200 até o próximo ano. (Reuters/Adela Suliman)