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As exportações brasileiras cresceram 17,5% em novembro, ante igual mês do ano passado, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC. Com isso, a balança comercial no acumulado de 2016 deve superar as projeções de especialistas.
É o caso da Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB, que esperava saldo de US$ 43 bilhões até o final do ano. “Agora, nós teremos que mudar a expectativa para, no mínimo, US$ 45 bilhões”, diz José Augusto de Castro, presidente da instituição. Após o resultado de novembro, um superávit de US$ 4,758 bilhões, a balança chegou a US$ 43,282 bilhões.
Já Carlos Gustavo Poggio, professor de relações internacionais da FAAP acredita que o saldo pode superar as projeções do relatório Focus, do Banco Central, de US$ 47 bilhões. “Vai depender se este aumento do mês passado foi causado por questões pontuais ou se indica uma tendência, talvez por causa da desvalorização do real. Ainda é cedo para comemorar”, pondera.
Para Castro, foi a exportação de duas plataformas de petróleo, por US$ 1,9 bilhão, que possibilitou o avanço das vendas. “Sem isso, o aumento não seria tão significativo.” Em novembro, os embarques totalizaram US$ 16,220 bilhões.
Na separação por fator agregado, cresceram as exportações de manufaturados (+41,8%, para US$ 7,901 bilhões) e semimanufaturados (+21,3%, para US$ 2,444 bilhões). Entretanto, caíram os embarques de básicos (-5,5%, para US$ 5,540 bilhões).
No sentido contrário, as importações recuaram 9,1% na comparação com novembro do ano passado. A queda nas compras do exterior, que ficaram em US$ 11,463 bilhões, foi puxada por baixas nas negociações de combustíveis e lubrificantes (-46,9%) e de bens de capital (-22,4%). Para o ano que vem, Castro projeta o crescimento das exportações de minério de ferro e de petróleo. O aumento seria causado pela melhora nos preços dos produtos básicos.
Ainda assim, segue ele, a balança comercial não deve ser superior à de 2016. “É possível que tenhamos uma melhora das importações, o que balancearia um aumento nos embarques”, justifica ele.
O especialista ainda ressalta o impacto do câmbio para as trocas comerciais. “Neste sentido, teremos vários fatores importantes em 2017, como o governo de Donald Trump, os desdobramentos do Brexit e a situação política do Brasil.”
Petróleo
Em novembro, o saldo das negociações do petróleo teve superávit de US$ 531 milhões. Esse foi o quarto mês consecutivo com registro de saldo positivo, sendo que no ano foram seis meses no azul. Na avaliação do secretário de Comércio Exterior do MDIC, Abrão Neto, com esses resultados, pela primeira vez na história, “há a perspectiva de encerramento do ano com um superávit da conta petróleo”.
No acumulado deste ano, o saldo está positivo em US$ 416 milhões. “Considerando o petróleo bruto, é importante destacar que temos registrado aumento nas quantidades exportadas e redução nos volumes importados”, complementa o representante do MDIC. (DCI)