O Estado de S. Paulo
A produção industrial caiu 1,1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, a queda mais acentuada para o mês desde outubro de 2013, quando caiu 1,5%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde recuo de 1,20% a expansão de 0,20%, com mediana negativa de 0,70%.
Em relação a outubro de 2015, a produção caiu 7,3%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de retração de 7,40% a 3,20%, com mediana negativa de 6,85%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,7%. Em 12 meses, o recuo é de 8,4%.
O recuo na produção industrial na passagem de setembro para outubro chama atenção não apenas pela magnitude de queda, mas pelo caráter disseminado das perdas, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O comportamento de queda é totalmente espalhado pelo setor industrial”, apontou Macedo.
Todas as quatro grandes categorias econômicas registraram recuo, além de 20 dos 24 ramos pesquisados. As principais influências negativas foram registradas pelas atividades de produtos alimentícios (-3,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%). A fabricação de alimentos eliminou parte do avanço de 6,3% verificado no mês anterior; enquanto as montadoras voltaram a recuar após a alta de 4,7% verificada em setembro.
Outras contribuições negativas relevantes para o total da indústria foram de produtos de borracha e de material plástico (-4,9%), de metalurgia (-2,8%), de bebidas (-3,5%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,0%), de máquinas e equipamentos (-2,3%), de indústrias extrativas (-0,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,2%), de produtos de metal (-2,0%) e de celulose, papel e produtos de papel (-1,6%).
Na direção oposta, o desempenho de maior importância entre os quatro ramos que ampliaram a produção foi do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%), segundo resultado positivo consecutivo. O movimento, impulsionado pela volta à atividade de plantas paralisadas para manutenção programada, acumula nesse período expansão de 3,1% e elimina o recuo de 2,2% observado em agosto.
A produção da indústria de bens de capital caiu 2,2% em outubro ante setembro. Na comparação com outubro de 2015, o indicador mostra queda de 9,8%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF). No acumulado de 2016, houve redução de 14,4% na produção de bens de capital. Em 12 meses, o resultado é de retração de 17,4%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou redução de 0,4% na passagem de setembro para outubro. Na comparação com outubro de 2015, houve recuo de 7,3%. No acumulado do ano, a queda é de 6,5%, enquanto a taxa em 12 meses é de recuo de 7,1%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de outubro foi de queda de 1,2% ante setembro e retração de 6,8% em relação a outubro de 2015. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve diminuição na produção de 0,8% em outubro ante setembro e recuo de 7,5% na comparação com outubro do ano passado.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve queda de 1,9% em outubro ante setembro. Em relação a outubro do ano passado, houve redução de 7,0%. No acumulado do ano, houve queda de 7,4%, enquanto a taxa em 12 meses ficou negativa em 8,0%. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria apontou retração de 1,5% em outubro.
O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de agosto ante julho, de -3,5% para -3,7%. O resultado de julho ante junho também foi revisto, de -0,1% para 0,0%.
Houve revisão ainda na produção de bens de capital. A taxa de setembro ante agosto passou de -5,1% para -4,3%; o resultado de agosto ante julho passou de -0,1% para -1,0%; o de julho ante junho saiu de -3,5% para -2,4%; e o de junho ante maio passou de 3,2% para 2,0%.
O IBGE revisou também a produção de bens intermediários em setembro ante agosto, que saiu de 1,2% para 0,9%; enquanto a de agosto ante julho passou de -3,6% para -3,8%. No caso dos bens de consumo duráveis, o resultado de setembro ante agosto passou de 1,9% para 1,7%. (O Estado de S. Paulo/Daniela Amorim)