Porsche cresce acima de 40% e quer elevar o Brasil no ranking da marca

DCI

 

Em meio à crise que atinge a economia como um todo, a Porsche está crescendo acima de 40% no Brasil. Em entrevista ao DCI, a montadora revela que o objetivo é elevar o mercado brasileiro no ranking global da companhia.

 

“Temos conseguido bons resultados com os lançamentos que fizemos, além da abertura de três novas concessionárias neste ano. Acreditamos no potencial do mercado brasileiro”, afirma o diretor de vendas da Porsche Brasil, Heinz Moreira.

 

A primeira imagem que provavelmente vem à cabeça do brasileiro quando se fala da marca é um carro superesportivo, com motor roncando e cores chamativas.

 

Contudo, os números mostram uma realidade um pouco diferente. O grande volume de vendas do selo é de utilitários esportivos (SUV, na sigla em inglês), categoria que mais cresce no País e que a cada dia ganha novos concorrentes, inclusive no segmento de luxo.

 

No caso da Porsche, o Cayenne é o campeão de vendas da marca no mercado brasileiro e não sai por menos de R$ 380 mil.

 

“Nosso volume de vendas no País vem da participação importante do Cayenne e do Macan no segmento SUV. Mas os novos lançamentos de modelos esportivos também estão contribuindo para o bom resultado da empresa”, acrescenta Moreira.

 

Em 2015, a Porsche encerrou o ano com vendas estáveis em relação ao período anterior. Já no acumulado de janeiro a setembro de 2016, a montadora obteve crescimento de 44%. “Apesar de não revelarmos metas, mantemos a projeção de expansão para o ano”, garante o executivo.

 

Crise

 

As vendas de automóveis recuaram 23% no acumulado até setembro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As importadoras representadas pela Abeifa reportaram queda ainda mais expressiva, de 42% na mesma base de comparação.

 

E apesar da Porsche atuar no segmento de luxo, a montadora admite que a crise atinge a todos, em maior ou menor grau. “Para superar o cenário, a empresa terá foco em novos lançamentos, além da expansão da rede de concessionários”, diz Moreira. “Ao mesmo tempo, vamos oferecer o melhor e mais exclusivo serviço para nossos clientes.”

 

A Porsche passou a ter uma subsidiária no Brasil a partir do ano passado. Até então, as vendas da marca eram feitas pela importadora Stuttgart Sportcar, que se tornou sócia da montadora: na joint venture, a Porsche tem 75% do negócio e, a Stuttgart, 25%.

 

Atualmente, a Porsche tem nove concessionárias no País. “A partir de 2017, o fornecimento de peças genuínas à rede será de responsabilidade da Porsche Brasil. Com isso, garantimos um pronto atendimento”, destaca Moreira.

 

Diante das oscilações do dólar, o executivo garante que não houve reajuste de preços. “Mesmo com as constantes mudanças cambiais, a Porsche não tem aplicado reajustes no Brasil por um longo período. Estamos tentando manter os preços de nossos produtos estáveis”, comenta.

 

Ainda que a montadora apresente um crescimento exponencial, concorrentes de peso seguem apostando no mercado brasileiro, especialmente no segmento SUV.

 

“Chegamos com o intuito de nos aproximar ainda mais dos diversos públicos importantes para a marca. O sonho de ter um Porsche ficou mais próximo”, pontua Moreira. (DCI/Juliana Estigarríbia)