Coisas de Agora
Com o lançamento de diversos modelos de automóveis com os novos motores turboalimentados em 2016, a América do Sul e, sobretudo, o Brasil ingressam na “era turbo” dos motores para automóveis, realidade já consolidada em locais como a Europa. Entre os 20 modelos mais vendidos em setembro, 10 oferecem versões com motores turboalimentados. A perspectiva é que a produção cresça 50% até 2020.
“Nos próximos cinco anos, os veículos turboalimentados representarão 30% do total de unidades fabricadas por ano no País”, enfatiza Olivier Rabiller, CEO e presidente da Honeywell Transportation Systems, fabricante dos turbos Garrett e de sistemas e componentes automotivos. “E todo esse crescimento virá do segmento de leves, pois 100% da frota de veículos comerciais possui motores turbo”.
A explicação para esse crescimento acelerado, acima da média mundial (abaixo apenas da China, onde a penetração do turbo nos veículos leves cresce à taxa de 10% ao ano), é simples: a eficiência energética exigida pela legislação hoje no Brasil é cerca de 30% inferior à da Europa – 23,4 km/l de média de consumo dos veículos europeus contra 17,4 km/l dos brasileiros.
“O mercado brasileiro deverá rapidamente introduzir novas tecnologias para atender às futuras normas de emissões e eficiência energética da legislação do Inovar-Auto 2. Isto abre um grande potencial de ampliação para as tecnologias da Honeywell, não somente em produtos, como o turbo, mas também em soluções de software, nova e promissora fronteira da companhia”, destaca Olivier Rabiller.
Apesar dos recentes lançamentos deste ano com motorização turbo, a participação na produção total é ainda incipiente. A partir de 2018-2020 este cenário será muito diferente, com a introdução de modelos de grandes volumes e com componentes fabricados localmente e não importados, como também ocorre hoje. Isto fará com que a produção de turbos no Brasil cresça acima do crescimento da indústria automotiva.
O executivo reforça que o Brasil está seguindo a tendência global de reduzir consumo e emissões. De acordo com as projeções da empresa, em 2020 a demanda global por turbos passará de 33% para 47%, podendo chegar a quase 70% em pouco mais de dez anos. Na China, onde a penetração está mais avançada, o mercado vai pular de 28% da frota de cerca de 20 milhões de unidades/ano, em 2015, para quase metade da frota, em 2020.
Equilíbrio vem do Aftermarket
Em que pese o potencial de ampliação de turbos no segmento OEM, no atual momento econômico do Brasil, o equilíbrio da Honeywell vem de sua presença forte no Aftermarket (mercado de reposição). A empresa manteve os níveis de produção de 2015 e ganhou participação de mercado, graças ao lançamento de sua linha de produtos remanufaturados Reman Original Garrett.
O diretor-geral da Honeywell no Brasil, Christian Streck, informou que a linha Reman Original Garrett é uma iniciativa mundial da empresa e, para o Brasil, está baseado em turbos remanufaturados destinados ao mercado de veículos comerciais usados – caminhões, ônibus, pick-ups e vans, ônibus – cujos proprietários buscam produto com preço atrativo e com a confiabilidade de peças fabricadas com as mesmas características das destinadas às montadoras.
O executivo também informou que os produtos da linha Reman Original Garrett têm as mesmas especificações e garantia de um turbo novo original, que corresponde a um ano, sem limite de quilometragem.
Linha de produção exclusiva
O lançamento do Reman Original Garrett conta com a instalação de uma linha exclusiva de produção na fábrica da empresa, em Guarulhos, região da Grande São Paulo. Foram instalados equipamentos e bancadas necessários aos processos de limpeza, seleção e análise de peças originais usadas coletadas pelos distribuidores. O processo de montagem final, por sua vez, acontece nas mesmas linhas onde são montados os turbos novos. (Coisas de Agora)