UOL Carros
Há algumas semanas a Fiat-Chrysler lançou a nova geração do Jeep Compass no Brasil, SUV médio-compacto que passa a ser fabricado na mesma instalação do Renegade – compartilhando de sua base, mas com mais refinamento e tecnologia.
Na mesma ocasião, a FCA também anunciou sua configuração flex, ainda que o Compass só estivesse disponível para avaliação com motor 2.0 turbodiesel (Multijet 2), de 170 cv e 35,7 kgfm, indo de R$ 132.990 a R$ 149.990.
Pois chegou a hora de revelar detalhes do flex, que traz o preço “mágico” inicial de R$ 99.990, abaixo do patamar psicológico dos “cem mil”, indo a R$ 124.990.
Nessa configuração com motor bicombustível, o Compass enfrenta, segundo a FCA, Hyundai ix35, Kia Sportage e Mitsubishi ASX, oferecendo pacote robusto de itens, garantia de três anos e promessa de carro reserva em caso de reparos que levem mais de 24 horas.
Compass 2.0 Sport Flex AT6: R$ 99.990
Além de itens básicos em modelos desta faixa de preço, como ar-condicionado, comandos internos elétricos, sistema de som e direção com assistência, a versão Sport oferece faróis e lanternas em LED; controlador de velocidade; sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré; navegação por sistema GPS; controle de tração e estabilidade (ESP); assistente de partida em rampas; monitoramento de pressão dos pneus; freio de estacionamento eletrônico (por botão) e rodas de liga leve de 17 polegadas, além dos obrigatórios freios com ABS e airbag duplo.
Compass 2.0 Longitude Flex AT6: R$ 106.990
Adiciona ao pacote do Compass Sport o ar-condicionado de duas zonas; sistema Keyless (abertura das portas por aproximação da chave); borboletas atrás do volante para trocas de marcha; sistema multimídia Uconnect com tela colorida de 8,4 polegadas, conexão Bluetooth e entrada USB e rodas aro 18.
Compass 2.0 Limited Flex AT6: R$ 124.990
A configuração topo de gama tem tudo que já foi citado e ainda sensores de ponto cego; computador de bordo com tela personalizável de 7 polegadas; sistema de navegação com comando de voz, mais cinco airbags (totalizando sete) e retrovisores externos rebatíveis eletronicamente (por botão).
Como nas versões a diesel, há seis opcionais, sendo três para o Compass Longitude (pacote Premium, pacote Safety e teto-solar) e três para o Limited (teto-solar, Advanced Assist e o Pack Top III. Desse modo, os itens mais tecnológicos do carro – controle adaptativo de velocidade (ACC); monitoramento de mudança de faixa; farol alto automático e aviso/prevenção de colisão frontal – e os de conforto (estacionamento automático, chave com partida remota, bancos dianteiros com ajuste elétrico e som Beats com nove falantes e subwoofer) se limitam às versões de topo, Limited (flex) e Trailhawk (diesel).
Quem comanda
O motor não é o mesmo do Renegade ou da picape Toro (1.8, 136 cv), que vinha recalibrado do Bravo, Idea, Punto e até do… Palio. Esse é inédito no Brasil e, em certa leitura, no mundo.
Chamado de Tigershark (sim, tubarão-tigre), trata-se da adaptação do motor americano de mesmo nome, que nos EUA tem 2 litros e dupla variação de fase do controle de válvulas (Dual VVT) para gerar 162 cv de potência e 20,46 kgfm de torque, com gasolina. Em qual carro? Seu principal uso foi no sedã Dodge Dart, que saiu de linha sem nunca ter sido compreendido.
“Duplo variador de fase também serve para otimizar funcionamento do motor em carga parcial, quando você não está acelerando tudo, que é a maior parte do processo de condução”, explica Erlon Rodrigues, da engenharia de motor da FCA.
Segundo a empresa, foram 20 meses de engenharia para transformar o Tigershark americano no brasileiro a contento. A potência vai a 166 cavalos e torque virtualmente similar (20,5 kgfm a 4.000 giros, com 85% da força a 2.000 rpm), “sem perda de confiabilidade”, segundo a empresa.
Com isso, dados de fábricas apontam 0-100 km/h em 10,6 s e velocidade máxima de 192 km/h para o Compass Flex, com câmbio automático de seis marchas da Aisin. Há ainda sistema de partida instantânea a frio, mas sem tanquinho. Tudo isso com produção local, em Goiana (PE).
“O motor é qualificado para 240 mil quilômetros, como exigem os requisitos americanos, bem como os melhores mercados do mundo, porque esse é um projeto global”, justifica Erlon Rodrigues. (UOL Carros/Eugênio Augusto Brito)