Consórcio cresce na venda de moto

DCI

 

O segmento duas rodas continua apresentando dificuldades para emergir da crise. E enquanto não há sinais de retomada do mercado, o consórcio se mostra uma alternativa para mitigar os efeitos da queda vertical das vendas.

 

“Com o crédito cada vez mais escasso, o consórcio já representa um terço das vendas do nosso setor, enquanto financiamento perde espaço”, afirmou a jornalistas na sexta-feira (7) o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.

 

O dirigente conta que 80% das vendas de motos no País são de modelos abaixo de 160 cilindradas. “Estes consumidores são amplamente dependentes de crédito e, com a contínua seletividade dos bancos, o consórcio vem aumentando participação nos emplacamentos”, acrescenta.

 

Fermanian lembra que, ainda assim, os números da indústria de motos são desoladores. A produção no acumulado até setembro recuou ao patamar de 2003 e apresentou queda de 31% em relação a igual período de 2015, para 712,8 mil unidades.

 

“Imaginávamos que o ponto de inflexão da curva viria no mês passado, mas com a greve dos bancários perdemos um grande potencial de vendas”, comenta. Segundo ele, o segmento poderia ter vendido cerca de 4 mil unidades a mais em setembro, se não fosse a greve.

 

No acumulado do ano, as vendas de motos no varejo recuaram 27,1%, para 687,2 mil unidades. “A maior parte dos consumidores do segmento ainda sofre com o receio do desemprego e com a falta de crédito”, pontua.

 

As montadoras de motos não conseguem nem contar com as exportações para compensar a produção, já que de janeiro a setembro houve queda de 4,7%, para 43,7 mil unidades. “Não somos competitivos para exportar”, justifica o presidente da Abraciclo.

 

Retomada

 

Fermanian evita falar em previsão de retomada. Em sua avaliação, entretanto, a demanda no último trimestre do ano costuma ser melhor, principalmente devido ao 13º salário. “A expectativa é que os volumes mensais sejam melhores a partir de agora do que foi nos últimos meses.”

 

Conforme o dirigente, pelo menos há sinais de que o fundo do poço já foi atingido. “Temos um alento de que o mercado parou de declinar”. (DCI/Juliana Estigarríbia)