Jornal do Carro
Em março de 2013, o Jornal do Carro publicou um comparativo entre as versões de topo do então recém-lançado Trailblazer, tabelado a R$ 176.950, e o veterano SW4, com preço sugerido de R$ 181.910. Três anos se passaram, a Chevrolet acaba de atualizar seu jipão e a Toyota, de lançar uma nova geração de seu utilitário, o que nos levou a repetir o duelo. O Trailblazer evoluiu bem menos que o Toyota, mas levou a melhor neste tira-teima por ser (muito) mais barato tanto na hora de comprar quanto na manutenção.
A terceira geração do SW4 melhorou muito em relação à anterior. Além do visual, houve avanços na ergonomia, acabamento, nível de equipamentos e conforto. O Trailblazer, por sua vez, traz apenas atualizações.
Mas os preços não justificam as diferenças. O consumidor pagará R$ 44.160 a mais para levar o Toyota e terá de desembolsar, em média, 140% a mais no seguro e 43% a mais nas peças que o dono de um Chevrolet (confira no quadro abaixo).
A linha 2017 do Trailblazer chegou em junho com novos capô, grade dianteira e faróis de LEDs. A versão LTZ, única disponível, sai a R$ 189.990.
A nova geração do SW4 estreou em março. Além de mais confortável, ganhou linhas que remetem às do 4Runner. A versão SRX custa R$ 234.150.
Com vocação e dimensões parecidas, os dois têm motor 2.8 turbodiesel (200 cv e 52 mkgf no Chevrolet e 177 cv e 45,9 mkgf no Toyota), câmbio automático de seis marchas e a tração 4×4 com reduzida – o sistema é acionado eletricamente.
O Trailblazer teve o interior redesenhado, ganhou materiais de melhor qualidade e central multimídia com tela de 8”. Dá para conectar smartphones por meio das plataformas Android Auto e Apple CarPlay, há concierge e navegação via OnStar. Mesmo assim, o acabamento carece de capricho.
Há novos coxins, freios e suspensão foram retrabalhados e a direção hidráulica foi substituída pela elétrica. A carroceria oscila pouco em curvas, embora o SW4 seja melhor nesse quesito. O novo revestimento acústico isola bem a cabine de ruídos.
Essa virtude está presente também no novo SW4, que ficou bem mais luxuoso. O visual externo foi totalmente redesenhado e a dianteira lembra a do sedã Corolla. Assim como no Trailblazer, há vários recursos eletrônicos de conveniência e segurança, os bancos são confortáveis e é fácil encontrar a melhor posição de guiar. O acabamento interno melhorou muito. E a central multimídia é intuitiva e fácil de usar.
A suspensão ficou mais firme, fato que melhorou a estabilidade do jipão. Ao acionar a tração integral, tanto o SW4 quanto o Trailblazer ficam prontos para encarar qualquer trilha.
Embora o 2.8 do Chevrolet, que conta com turbo Garret, tenha um pouco mais de potência e torque que o do Toyota, na prática as respostas de ambos são bem parecidas.
A vida do Trailblazer e do SW4 não é fácil. Com preços na casa dos R$ 200 mil, esses utilitários disputam compradores em um segmento para lá de concorrido, do qual participam modelos bem mais modernos, como o Land Rover Discovery Sport e o recém-lançado Volvo XC60 D5.
O Toyota se aproxima mais dos estrangeiros em nível de acabamento e perde em conectividade, aspecto no qual o Chevrolet se destaca. Por outro lado, o Trailblazer peca principalmente nos detalhes. Isso ficou claro quando um motorista do departamento de transporte do Estadão disse que a chave do carrão era igual à do Celta dele.
Se eu fosse comprar um jipão dessa faixa de preço, optaria por algum importado. Da dupla deste comparativo eu ficaria com o SW4 por causa do melhor acabamento, uma vez que não há grandes diferenças em termos de respostas. Estou com a maioria: de janeiro a julho, foram vendidos, das versões a diesel, 5.400 SW4 e 377 Trailblazer.
Chevrolet Trailblazer LTZ
Prós: Conectividade. Sistema OnStar, que inclui concierge, e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay são boas soluções presentes no carro.
Contras: Acabamento. Cabine traz novos revestimentos e foi redesenhada, mas, pelo preço cobrado, deveria ser melhor.
Toyota SW4 SRX 7L
Prós: Acabamento. Terceira geração do Toyota ficou mais sofisticada, ganhou materiais de melhor qualidade e ampla lista de itens de conveniência.
Contras: Preço. Comparado ao rival, utilitário tem tabela 23% mais alta. Seguro é 140% mais caro e peças, 43%. (Jornal do Carro)