UOL Carros
A Renault vive um período de mudanças intensas em sua gama de produtos. Após mudar o SUV Duster e lançar Sandero RS e Duster Oroch, a marca francesa resolveu mirar o mercado de utilitários-esporte, confirmando a chegada de Kwid (hatch altinho que a marca prefere chamar de “seu primeiro SUV”), Captur (em projeto adaptado ao nosso mercado) e Koleos (este importado) para início de 2017.
Objetivo é tentar se recuperar mais rápido do que as rivais da forte queda do mercado brasileiro, tentando se consolidar, junto com Hyundai e Toyota, no grupo de montadoras mais aptas a ameaçar o domínio do “quarteto-de-ferro” formado por Fiat, Ford, GM e Volkswagen.
Portanto, há mais trabalho a fazer. A fabricante já prepara seu motor 1.0 3-cilindros flex, mais moderno e econômico que o velho HiPower 4-cilindros, para equipar o pequenino Kwid e também a família de compactos formada por Sandero e Logan. UOL Carros apurou, junto a fontes ligadas à empresa, que o propulsor começa a ser fabricado em São José dos Pinhais (PR) em setembro.
A unidade será apresentada ao público no Salão de São Paulo, em novembro, e passará a equipar Sandero e Logan na sequência. O Kwid também usará o 3-cilindros de mesmo bloco, em alumínio, porém numa especificação diferente. Nos dois casos a mistura de ar e combustível será feita de modo naturalmente aspirado.
Procurada, a assessoria da Renault respondeu que “o grupo está, de fato, preparando um novo motor, conforme informado pelo CEO Carlos Ghosn em sua última visita ao Brasil”. Entretanto, não confirmou os prazos.
Como será o 3-cilindros francês
Fontes da companhia se gabam de que o novo propulsor será “um dos mais modernos” à disposição no Brasil. O projeto será diferente do 3-cilindros que empurra Nissan March e Versa, garantem. Isto porque todo o processo de construção, desde a fundição dos metais, ocorrerá de maneira independente na própria fábrica paranaense.
É claro, porém, que haverá compartilhamento de componentes. Tal qual o motor da coirmã japonesa, o novo 1litro de Sandero, Logan e Kwid usará bloco de alumínio e corrente banhada a óleo, muito mais durável e sem prazo fixo para troca (desde que se faça a manutenção adequada, obviamente), no lugar da tradicional correia dentada. Serão quatro válvulas por cilindro com duplo comando no cabeçote.
Dados de potência seguem mantidos sob sigilo, mas UOL Carros pode afirmar que calibrações serão distintas entre Sandero/Logan e Kwid. Os dois primeiros focarão um pouco mais em desempenho, visto que são maiores e mais pesados, e devem superar 80 cv com etanol. Ainda assim, tendem a receber pelo menos duplo A (geral e segmento) no programa de etiquetagem do Inmetro.
Já o “mini-SUV” será voltado totalmente à eficiência em consumo, visto que será bastante leve – por volta de 800 kg. A meta, neste caso, será ganhar triplo A do Inmetro (geral, segmento e selo de eficiência dado somente aos modelos que se destacam no quesito) e brigar para roubar do Peugeot 208 1.2 PureTech o posto carro a combustão mais econômico do país. (UOL Carros/Leonardo Felix)