Híbridos e elétricos reivindicam espaço nas metas de eficiência energética

Tribuna do Norte

 

Marcado para outubro de 2017, a adequação às metas de redução de emissões e de consumo, por parte montadoras e importadoras habilitadas ao Inovar-Auto, tem dado espaço para as tecnologias voltadas a esse objetivo avançarem significativamente. Motores à combustão, de eletrônica embarcada, redução de coeficiente aerodinâmico, pneus verdes são alguns exemplos.

 

Também lembrados no Inovar-Auto, instituído em outubro de 2012, os veículos híbridos e elétricos, no entanto, foram pouco considerados no cumprimento de metas de eficiência energética.

 

A opinião é de Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), que reuniu a imprensa automotiva em São Paulo para falar sobre o atual quadro de desenvolvimento do mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos.

 

“Entendo que as montadoras que se habilitaram ao Inovar-Auto, em sua maioria, vão conseguir reduzir o consumo energético compulsório de seus produtos, de 12,08%, o que proporciona crédito presumido de até 30 pontos percentuais do IPI. Mas também a indústria não deveria deixar de lado os veículos híbridos e elétricos”, analisa Guggisberg, para quem o Brasil está se distanciando da tendência dos principais polos produtivos e mercados automotivos internacionais.

 

O presidente da ABVE reconhece a atual predominância dos motores à combustão, hoje responsáveis – no mundo – por cerca de 95% dos veículos comercializados. Apenas 5% são híbridos ou elétricos. No Brasil, em 2015, foram emplacados 846 veículos híbridos e elétricos, o que significa 0,00042% dos 2.017.639 veículos licenciados. “Esses dados mostram claramente como os híbridos e elétricos podem contribuir com as metas adicionais de 15,46% e 18,84% em eficiência energética do Inovar-Auto”, enfatiza Ricardo Guggisberg.

 

Entraves e avanços

 

Em 10 anos de atuação, os principais entraves enfrentados pela ABVE e os veículos elétricos são a alta carga tributária e do preço das baterias, dependência por infraestrutura de eletropostos, falta de padronização de plugs, falta de políticas públicas que estimulem a venda, regulação da cobrança de energia elétrica e redução de IPI para modelos localizados no País em regime de SKD (Semi Knock Down) e CKD (Completed Knock Down).

 

De outra parte, o setor de VHEs já conseguiu alguns avanços como o incentivo dos BNDES na redução de taxas de juros e ampliação do prazo de pagamento na compra de ônibus híbridos e elétricos, isenção do IPVA em sete estados (CE, MA, PE, PI, RN, RS e SE), redução parcial no IPVA em três estados (MS, SP e RJ), imposto de importação zerado ou reduzido de 35% para 0%-7%, isenção do rodízio na cidade de São Paulo e instalação do primeiro eletroposto em rodovias, uma parceria da CPFL e a Rede Graal, intermediada pela ABVE.

 

Diante desses dois cenários – entraves e avanços –, a ABVE mantém seus pleitos de regulação da venda do combustível energia elétrica, redução do IPI, aprovação de infraestrutura para recarga de veículos elétricos, padronização de plugs e equiparação do imposto de importação concedido aos veículos elétricos para motocicletas, scooters, bicicletas e componentes. (Tribuna do Norte)