Governo discute com indústria programa para renovar frota de veículos

O Estado de S. Paulo

 

O governo federal voltou a discutir com entidades do setor automotivo a possibilidade de tirar do papel um programa de renovação de frota, informaram nesta terça-feira, 16, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Marcos Pereira, e o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, em evento da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

 

Em discurso para os participantes do evento, o ministro disse que está empenhado com o projeto e que pretende envolver os bancos públicos para facilitar o financiamento. “Já conversei com o presidente do Banco do Brasil e com o presidente da Caixa”, contou. Afirmou também que quer ver o projeto do programa de renovação de frota finalizado até o fim deste ano, para que entre em vigor já no ano que vem.

 

As conversas entre o setor e governo começaram no governo de Dilma Rousseff e foram interrompidas quando teve início o processo de impeachment da petista. A iniciativa, batizada de Programa de Sustentabilidade Veicular, tem o objetivo tirar de circulação veículos muito antigos e substitui-los por veículos novos e mais eficientes do ponto de vista energético.

 

As negociações foram retomadas na semana passada, quando Megale se encontrou com Pereira em Brasília para apresentar a versão preliminar do projeto. Segundo o presidente da Anfavea, ainda não há uma definição de que como programa vai funcionar e nem qual é a previsão de qual será o impacto no mercado interno de veículos.

 

O ministro disse que recebeu pessoalmente do presidente em exercício Michel Temer a missão de tocar as conversas com o setor. Ao todo, 19 entidades do setor participam das negociações, entre elas a Anfavea, a Fenabrave e o Sindipeças.

 

Em linhas gerais, a ideia do programa é que os proprietários de veículos antigos ganhem um crédito ao trocar o antigo por um novo. O antigo seria mandado para sucata e a troca seria voluntária e não obrigatória.

 

Em janeiro, quando Dilma ainda estava no comando do governo, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr, disse que as conversas estavam avançadas e que o programa envolveria caminhões com mais de 30 anos de uso e carros com mais de 15 anos de uso. À época, afirmou que o programa resultaria em um aumento anual de 500 mil unidades no mercado interno. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)