Híbridos e elétricos são “patinhos feios” em eficiência energética

Carpress

 

Os veículos híbridos e elétricos são uma espécie de “patinho feio” quando o assunto é eficiência energética – ao contrário do que ocorre com novos motores a combustão, eletrônica embarcada, redução de coeficiente aerodinâmica e adoção de pneus de baixa resistência ao rolamento.

 

Essa é a opinião da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), na visão de seu presidente, Ricardo Guggisberg, que lembrou nesta quinta (11) que o mercado está a 14 meses do início do prazo de submissão das metas de redução de emissões e consumo por parte de fabricantes e importadores.

 

A entidade organiza no dia 27 de agosto a primeira edição do Movimento Paulistano do Veículo Híbrido e Elétrico, uma carreata do bairro do Paraíso ao estádio do Pacaembu. Também realiza o 12º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos, Novas Tecnologias e Componentes, de 1º a 3 de setembro.

 

“Entendo que as montadoras que se habilitaram ao Inovar-Auto (programa de incentivo à inovação tecnológica) em sua maioria vão conseguir reduzir o consumo energético compulsório de seus produtos de 12,08%, o que proporciona crédito presumido de até 30 pontos percentuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), por meio da adoção de novas tecnologias. Mas a indústria não deveria deixar de lado os veículos híbridos e elétricos”, diz Guggisberg.

 

Para ele, o Brasil se distancia dos principais polos produtivos e mercados automotivos mundiais. Hoje os motores a combustão respondem por 95% dos veículos comercializados. No ano passado foram emplacados no Brasil apenas 846 veículos híbridos ou elétricos, ou seja, 0,00042% dos 2.017.639 licenciados.

 

“Esses dados mostram claramente como os híbridos e elétricos podem contribuir com as metas adicionais de 15,46% e 18,84% em eficiência energética do Inovar-Auto, que proporcionam créditos presumidos de mais um e dois pontos percentuais no IPI”, diz.

 

Os principais entraves enfrentados nos dez anos da associação são a alta carga tributária, o alto preço das baterias, a dependência em relação à infraestrutura, a falta de padronização de plugues, a falta de políticas públicas que estimulem a venda e de regulação de cobrança e redução do IPI. (Carpress)