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Depois da recuperação de energia pelos freios, a nova ideia é obtê-la por meio da… suspensão. O projeto é da Audi, que apresenta o protótipo do E-ROT ou Electromechanical Rotary Damper (amortecedor rotativo eletromecânico). Trata-se de um amortecedor com controle ativo que não mais depende do habitual ciclo de compressão e distensão, ou seja, o fechamento e a abertura do componente.
No E-ROT, a compressão é ajustada para ser bastante macia, enquanto a distensão é firme, controlada. A energia de ambos os movimentos, que em uma suspensão comum seria desperdiçada com calor, é aproveitada e convertida em eletricidade. Cada movimento (oscilação, lombada, buraco, etc.) do amortecedor é absorvido por um braço, que transmite a força por meio de uma série de engrenagens a um motor elétrico: este então a converte em eletricidade.
A recuperação ficou entre 100 e 150 watts em testes em rodovias alemãs, com mínima de 3 watts para um trecho recém-pavimentado e máxima de 613 watts em uma estrada secundária áspera (imaginamos quantos kilowatts seriam obtidos no Brasil). A Audi informa que esse aproveitamento corresponde a uma redução de 3 gramas/km na emissão de gás carbônico (CO2). Outra vantagem é que compactos motores elétricos substituem os amortecedores comuns na traseira, com menor invasão do compartimento de bagagem.
A Audi considera “certamente plausível” o uso do E-ROT em futuros modelos de produção, mas esclarece ser necessário um sistema elétrico de 48 volts, já previsto em sua estratégia de eletrificação dos automóveis. (Best Cars)