Nissan vai testar van elétrica com “pilha” de etanol no Brasil

UOL Carros

 

Dois dias após confirmar que a Renault está toda ligada nos SUVs, o executivo Carlos Ghosn, que é presidente global tanto da Renault, quanto da Nissan, trocou de crachá e anunciou nova iniciativa elétrica para a Nissan do Brasil: a montadora japonesa vai testar um protótipo de van elétrica movida por célula de bioetanol, que dispensa a tomada para se recarregar.

 

Esta será a segunda rodada de testes da marca de veículo com motor “verde” no Brasil: desde 2011, a marca cede unidades do hatch Leaf a entidades e organizações públicas, além de alguns taxistas. UOL Carros já avaliou o modelo, gastando R$ 3 para “abastecê-lo”.

 

Agora, os olhos se voltam à van e-NV200 e-Bio, apresentada nesta quinta-feira (4), no Rio (a marca aproveita sua condição de patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos para ganhar visibilidade no mercado). Nos Estados Unidos, unidades da van estão sendo usados no projeto de renovação da frota de táxis de Nova York.

 

Segundo a empresa, os “testes de campo” no Brasil servem para avaliar a viabilidade do modelo no mercado nacional. Trata-se de um comercial leve — e que será útil a empresas de logística e transporte, sobretudo – 100% elétrico, mas que não depende de tomadas para ser recarregado – como acontece com o Leaf.

 

Um dos pontos fracos de carros 100% elétricos está justamente na dificuldade de recarga e na baixa autonomia, geralmente abaixo dos 200 quilômetros. Neste caso, a Nissan promete autonomia similar a de modelos movidos a gasolina.

 

“Quando você olha para nossas novas tecnologias e produtos, e para as várias outras atividades que promovemos no Rio, pelo Brasil e América Latina, uma coisa é muito clara: a Nissan está altamente comprometida com região e levar a indústria automotiva adiante”, declarou Carlos Ghosn, chefão da Renault-Nissan.

 

Como funciona isso?

 

No caso da e-NV200, a carga para as baterias vem da chamada “célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC)”. A célula pode ser comparada a uma “pilha”, que usa reações eletroquímicas para gerar energia.

 

Assim, o composto usado na reação é o etanol, que é misturado ao oxigênio no interior da célula de combustível – não há combustão, como em motores convencionais, mas sim a quebra de moléculas para geração de eletricidade.

 

Promessa da Nissan é de que o modelo use etanol puro, etanol misturado com água e até gás natural para “produzir eletricidade de alta eficiência”. Por não depender de tomadas ou de centrais elétricas de recarga, o modelo tem “baixos custos operacionais” e permite “autonomia de um veículo com motor a gasolina”. (UOL Carros)