Jornal do Carro
Sete anos após o lançamento do Panamera, a Porsche está apresentando a segunda geração do modelo, que será lançada no Brasil em novembro, durante o Salão do Automóvel. O modelo ainda não tem preço definido, porque as vendas devem começar apenas no fim do ano, após a exposição, ou no início do ano que vem.
Como fez na época de apresentação do primeiro modelo, a marca alemã está promovendo um lançamento em etapas. A primeira aparição pública foi feita no mês passado, em Berlim. Dessa vez, a montadora preparou um evento apenas para detalhar as tecnologias presentes no sedã de quatro portas. E permitiu que os jornalistas apenas andassem como passageiros, embora a volta no “táxi” tenha ocorrido no autódromo Eurospeedway, no oeste da Alemanha, território da antiga parte oriental do país.
Pela primeira vez, um veículo da marca faz uso mais intenso de alumínio. No novo Panamera, que utiliza uma plataforma inteiramente nova, conhecida como MSB, o material está presente em todos os painéis externos do carro. Em peso, a participação de alumínio chega a 31% (contra 10% do modelo de primeira geração).
Além do alumínio, o Panamera utiliza aços de alta e altíssima resistência em áreas específicas, como as colunas e parte inferior, para melhor absorção e dissipação de choque. Também com o objetivo de redução de peso, os bancos individuais (são quatro) foram redesenhados, e estão 8 kg mais leves, incluindo estrutura e motores de acionamento, uma redução de 22% em relação ao modelo anterior.
Motor
O novo motor 4.0 V8 biturbo tem desativação de quatro cilindros em velocidade de cruzeiro. As turbinas são do tipo twinscroll (passagem dupla), e, como são instaladas entre as bancadas de cilindro, permitiram rebaixamento do capô. Rende 550 cavalos, e leva o Panamera Turbo de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos, 0,3 segundo mais rápido que o modelo de primeira geração (que tinha 520 cv). Com esses números, a Porsche garante que o modelo é o “sedã de luxo mais rápido do mundo”.
Para melhorar a eficiência, ele é dotado de bomba de óleo e água variáveis (a de água começa a funcionar quando a temperatura chega a 80 graus). Além disso, o óleo agora tem menor viscosidade.
O Panamera 4S, embora não seja chamado de “Turbo”, é dotado de motor 2.9 V6 biturbo. Ele não possui sistema de desativação de cilindros, porque o funcionamento com apenas três cilindros não seria o suficiente para os 1.870 quilos do veículo. São 440 cavalos, 20 cv a mais que o modelo anterior.
Os novos motores funcionam com uma caixa de câmbio de dupla embreagem de oito marchas, também nova, que servirá para futuros modelos da marca. Nesta transmissão, sétima e oitava são sobremarchas, voltadas para economia de combustível. A velocidade máxima (306 km/h no Turbo e 289 km/h no 4S) é obtida na sexta marcha.
Para redução de tamanho da caixa, a quinta e a sétima utiliza uma mesma engrenagem, da mesma forma que a sexta e a oitava. Essa providência resultou em diminuição de 14,2 cm no comprimento total do conjunto.
Aerodinâmica
A nova carroceria recebeu aerofólio que não apenas se levanta de acordo com a velocidade, mas também se prolonga lateralmente, o que melhora o efeito solo em altas velocidades (ocasião em que há aumento de pressão sobre o asfalto).
Também para melhorar a eficiência aerodinâmica, a entrada de ar dianteira tem aletas móveis, que se fecham em alta velocidade. Outra providência da Porsche foi deixar a parte inferior do carro praticamente fechada. Com tudo isso, o Panamera obteve Cx 0,29 (coeficiente aerodinâmico), o que é um bom valor para esportivo.
Chassi
O novo Panamera tem vários controles eletrônicos para melhorar a estabilidade. Um deles é a suspensão a ar com três níveis de amortecimento. Por meio de válvulas solenóides, o sistema é capaz de funcionar com mais ou menos ar em seu interior. Com câmera de ar maior, privilegia-se o conforto. Com menos ar, há mais estabilidade, e o conjunto fica mais rígido.
No autódromo Eurospeedway, na Alemanha, o Panamera provou estar com ótimo acerto de suspensão. A carroceria praticamente não se inclina nem nas curvas mais fechadas feitas em alta velocidade.
Como o Porsche 911, o eixo traseiro também é direcional. Em baixas velocidades, as rodas de trás esterçam para o lado oposto das dianteiras, para facilitar estacionamento, por exemplo. Em alta, as quatro viram para o mesmo lado, para melhorar a estabilidade. Outras técnicas empregadas no modelo são eixos dinâmicos, que possuem controles motorizados para manter o nivelamento da carroceria.
Interior
O Panamera tem um grande quadro de instrumentos virtual, dotado de cinco mostradores. No centro, como é praxe nos esportivos da marca, está o conta-giros, em destaque. Os demais são personalizáveis.
No meio do painel, uma grande tela retangular de 12,3 polegadas também personalizável permite acesso a todos os controles do carro. Pode-se até mesmo “arrastar” comandos mais utilizados de um lugar para outro, para facilitar o acesso. O Panamera dispõe de conexão à internet, e pode-se acessar informações do Google Street View, por exemplo.
Quanto ao som, opcionalmente o modelo recebe o sistema da marca alemã Burmester, que transforma o carro em uma sala de concerto. A nova versão do veículo vem com até 21 alto-falantes, cinco a mais que o Panamera anterior. O acréscimo de potência foi de 50% (de 1.000 para 1.500 Watts).
Iluminação
Os novos faróis do Panamera ganharam aparência semelhante aos do 718 Boxster e Cayman, com quatro pontos principais de iluminação. O sedã, porém, recebeu tecnologia Matrix, mesma já utilizada pela Audi (ambas fazem parte do grupo Volkswagen).
Trata-se de um conjunto de 84 LEDs, capazes de acender ou apagar em blocos. Caso um veículo esteja à frente (indo ou vindo), ele desliga o bloco que poderia ofuscar a visão do motorista. Da mesma forma, as luzes “de curva” também não são mais fachos que se movimentam, mas sim LEDs que acendem ou apagam, para iluminar o caminho a ser seguido.
Outra inovação é o InnoDrive, um controle de cruzeiro que vai além de manter a velocidade de acordo com o veículo da frente. Ele leva em conta dados do GPS e até das placas de trânsito para alterar automaticamente a velocidade.
Por exemplo, reduz para 50 km/h ao entrar em áreas urbanas e aumenta quando acessa rodovias. A Porsche garante que o carro consegue prever todas essas situações com três quilômetros de antecipação. Após um banho de um dia inteiro de tecnologia, fica faltando assumir o volante. Mas esse é o próximo capítulo. E fica para o final do mês que vem.
Ficha técnica – Porsche Panamera Turbo
Motor: 4.0 V8 biturbo
Potência: 550 cv a 5.750 rpm
Torque: 78,5 mkgf de 1.950 a 4.500 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, oito marchas (PDK)
Direção: elétrica
Pneus: 275/40 na frente e 315/35 atrás, aro 20
Comprimento: 5,049 m
Entre-eixos: 2,950 m
Porta-malas: 495 litros
Peso: 1.995 kg
0 a 100 km/h: 3,6 segundos
Máxima: 306 km/h
(Jornal do Carro)