Agência Brasil
Exposto em um shopping de Fortaleza, o minicarro Zhidou EEC L7e-80 chama a atenção das pessoas para os testes com os veículos que farão parte do sistema de carros compartilhados em implantação na cidade. O modelo é 100% elétrico.
“É um carro muito pequeno, ocupa um espaço bem menor na cidade. Poderia colocá-lo em qualquer lugar. Dá vontade de levar para casa. Quando eu e meu filho o vimos, disse que ele daria certinho para a gente”, diz o professor Assis Oliveira, 41 anos.
O edital de chamada pública para escolher a empresa responsável pela implantação e operação do sistema foi lançado em janeiro e tinha como exigência a utilização de carros elétricos. Além do Zidhou, para duas pessoas (motorista e carona), há também o BYD e6, mais espaçoso e que leva 5 pessoas.
Ambos são importados da China e operam com placa verdes de testes, pelo fato de ainda não serem homologados no Brasil.
O engenheiro da Prefeitura de Fortaleza responsável pelo projeto, Sued Lacerda, explica que a fase de testes serve exatamente para chamar a atenção da população e também para que os futuros usuários se familiarizem com os modelos e com a forma de funcionamento do sistema.
“Esta fase está sendo muito positiva. A população está muito curiosa e boa parte está interessada e procurando informações no estande. Já temos quase 200 cadastros. Eu acompanhei um usuário e ele ficou muito satisfeito e curioso pelo fato de o carro não fazer muito barulho. Gostou também da praticidade de o carro ser automático”, afirma Lacerda.
Como funciona
Em agosto, começa outra fase do serviço, que é a operação assistida: serão instaladas cinco estações e sete carros estarão disponíveis. Segundo Lacerda, esse será um momento de continuar dando suporte aos usuários e ajustando os detalhes de funcionamento do sistema, que vai operar de forma completa a partir de 1º de setembro com 12 estações e 20 veículos, sendo 15 Zhidou e cinco BYD.
A taxa de adesão ao sistema será de R$ 40, que serão convertidos em crédito e cobrados mensalmente. Os primeiros 30 minutos de uso custarão R$ 20. Depois desse período, o usuário será cobrado por minuto: para até 60 minutos adicionais, por exemplo, cada minuto custará R$ 0,80. O preço do minuto cai à medida que o usuário permanece por mais tempo com o veículo.
A integração e diversificação dos modais de transporte é um dos principais objetivos do sistema de carros elétricos compartilhados. A escolha dos locais onde as estações serão instaladas, segundo o Lacerda, levou esse e outros fatores em consideração.
“Os raios das estações alocadas contemplam muita densidade populacional e de comércio, diversidade de meios de transporte e estações de bicicletas compartilhadas. A ideia é ofertar um novo modo de transporte na pegada sustentável, tanto para quem não tem um carro como para quem pretende se desprender da necessidade do carro próprio”, afirma.
Na prática
O estudante Wilker Ferreira Diógenes fez seu cadastro no shopping e, em seguida, entrou no carro para dar uma volta pelo estacionamento. As portas do veículo são destravadas por um aplicativo e o carro começa a funcionar ao apertar em um botão na lateral do volante.
As informações sobre a carga da bateria e o consumo em quilowatts (kW) são alguns detalhes que aparecem no painel digital. A bateria do modelo leva 3 horas para carregar completamente e tem autonomia de 250 quilômetros.
Além do câmbio automático, outra diferença do BYD e6 em relação aos carros convencionais é a localização do freio de mão, que, na verdade, fica do lado do pé esquerdo.
Pela força do hábito de dirigir carros com embreagem, Wilker acabou acionando o mecanismo sem querer – por conta da baixa velocidade com que o veículo trafegava, o acionamento do freio de mão não gerou nenhum dano aos ocupantes.
Por conta desses detalhes novos, o teste com os carros antes de ser um usuário efetivo do sistema é obrigatório.
Para o estudante, que possui veículo próprio, os carros compartilhados serão especialmente úteis nos fins de semana, quando ele reúne os amigos para ir a festas ou a praias.
“Geralmente, eu ando com muitas pessoas e nem todas cabem em um carro. Eu ando com seis, sete, oito pessoas. Eu pegaria o carro compartilhado para dividir as pessoas entre o meu carro e o carro elétrico”, explica. (Agência Brasil/Edwirges Nogueira)