Toyota inaugura fábrica de motores em São Paulo

DCI

 

A Toyota inaugura na manhã de ontem, sua fábrica de motores no município de Porto Feliz, no interior de São Paulo. A planta consumiu investimentos da ordem de R$ 580 milhões e irá empregar aproximadamente 320 pessoas.

 

“A Toyota mantém seu compromisso com o crescimento da região e esta nova unidade de motores reafirma a estratégia de longo prazo da empresa”, afirmou o CEO da montadora para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo.

 

A planta está localizada próxima ao complexo da Toyota em Sorocaba (SP), onde é montado o compacto Etios nas versões hatch e sedã.

 

Em Porto Feliz, serão produzidos motores 1.3L e 1.5L, de quatro cilindros, bicombustivel e gasolina.

 

Toyota aposta em nacionalização de componentes para fugir de oscilações

 

Para enfrentar as constantes oscilações do mercado brasileiro, a Toyota deve apostar cada vez mais na nacionalização de componentes. Em um cenário de queda acentuada das vendas no País, a montadora é uma das poucas que vêm mantendo seus volumes.

 

“No curto prazo, enxergamos um cenário ainda mais desafiador. Por isso, nossa estratégia inclui a localização de peças para depender menos das intempéries do mercado”, afirma o vice-presidente da Toyota do Brasil, Miguel Fonseca.

 

A montadora inaugurou oficialmente sua fábrica de motores em Porto Feliz (SP), a primeira do grupo na América do Sul neste segmento. Com capacidade instalada de 108 mil unidades, a planta demandou investimentos da ordem de R$ 580 milhões.

 

Em um primeiro momento, serão produzidos motores apenas para equipar o Etios, montado em Sorocaba (SP). “A unidade de Porto Feliz satisfaz 100% das necessidades da nossa fábrica de Sorocaba”, acrescenta Fonseca.

 

No entanto, executivos do grupo não descartam produzir, futuramente, motores para o sedã Corolla, montado na planta de Indaiatuba (SP).

 

“Mas por enquanto ainda não há um projeto fechado sobre isso”, declarou o CEO da Toyota para América Latina e Caribe, Steve St. Angelo.

 

O executivo acrescentou que, diante da apreciação do dólar, o País passa a ter uma oportunidade de fortalecer sua indústria de maneira perene. “Agora é a hora de empresas de todos os setores investirem em nacionalização”, pontuou.

 

St. Angelo disse ainda que a fábrica de Porto Feliz é altamente verticalizada e flexível, o que permite uma adaptação rápida caso a companhia decida produzir novos produtos.

 

Fonseca pondera, entretanto, que a Toyota provavelmente precisaria fazer novos investimentos para produzir motores para equipar o Corolla. Ele salienta que, por ora, não há planos de exportar motores.

 

Conjuntura

 

O vice-presidente da Toyota conta que a decisão de manter os planos da fábrica de motores ocorre mesmo diante do difícil momento do País e do setor. “Obviamente preferíamos uma conjuntura melhor, mas investimos pensando no futuro e não daqui a três anos”, comenta Fonseca.

 

A montadora vive um cenário diferente da maioria de seus concorrentes. O Corolla, antes líder apenas em sua categoria, agora figura na quinta posição entre os mais vendidos do País, perdendo apenas para compactos de entrada.

 

Já o Etios, que demorou a cair no gosto do brasileiro, apresentou crescimento no acumulado até abril, totalizando 19,2 mil emplacamentos. “A Toyota não está isenta da crise, mas acreditamos na nossa estratégia”, diz Fonseca.

 

A unidade de Sorocaba recebeu recentemente um aporte para elevar a capacidade instalada a 108 mil unidades. Porém, hoje opera com horas extras em um patamar de 78 mil unidades. “Estamos aguardando o retorno do mercado para ‘apertar o botão’ e atingir a capacidade total”, diz St. Angelo.

 

Fonseca revela que, apesar de 2015 ter sido um ano muito difícil, a Toyota conseguiu “equilibrar as contas”. Mas as oscilações do câmbio devem dificultar ainda mais as operações do grupo. “Por isso, a importância de localização.”

 

Sobre a instabilidade política brasileira, St. Angelo prefere não opinar, mas garante que tem acompanhado o cenário de perto. “O mercado local muda de forma muito rápida, então precisamos reavaliar as estratégias periodicamente”. (DCI/Juliana Estigarríbia)