O Mundo em Movimento
“O setor de importados muitas vezes é criticado, com alegação de que estamos ‘exportando’ empregos, com tanta gente precisando de trabalho no Brasil. Discordo totalmente, pois além de trazer para o mercado brasileiro toda tecnologia e design desenvolvidos no exterior, mostramos ao consumidor brasileiro o real valor dos produtos.”
A declaração, do empresário José Luiz Gandini, dono da Kia, feita na sua posse na presidência da Abeifa, a associação de importadores e fabricantes de veículos, mostra a revolta do dirigente em relação ao tratamento dado às importadoras de carros no Brasil.
A começar pelo governo, que desde 2011 impõe um imposto extra de 30% aos carros estrangeiros, isso sem contar todos os impostos equivalentes ao carro feito no Brasil e mais o imposto importação.
Essa sobretaxa fez o Volume de vendas do setor cair de 200 mil carros em 2011 para 59 mil no ano passado.
Tudo isso, mais o aumento do dólar, inviabilizaram negócios e marcas que ainda resistem estão trabalhando com margens menores e reduziram drasticamente a sua rede de revendas, inclusive a Kia, do novo presidente da Abeifa.
José Luiz Gandini lembrou que é graças ao setor de importados que o Brasil conhece hoje veículos movidos a energia alternativa, como os híbridos e elétricos e outros carros cuja fabricação local é inviável pelo baixo volume e de alto custo de desenvolvimento.
O dirigente fez um apelo às autoridades para que seja revista a carga tributária para os carros de nicho. Disse que não é favorável à abertura integral do mercado, mas considera que o protecionismo tem limites.
Um dos empresários mais experientes do setor, Gandini assume pela quinta vez a presidência da Abeifa, para mais um mandato de dois anos. (O Mundo em Movimento/Joel Leite)