Montadoras reduziram drasticamente compras de pneus, diz associação

Radar Nacional

 

As montadoras de veículos diminuíram em 32% a compra de pneus entre janeiro e fevereiro, aponta balanço divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que representa a indústria de pneus e câmaras de ar instalada no Brasil.

 

O período acumulado registrou baixas em todos os segmentos a que o mercado atende. As mais impactantes foram no setor industrial, que recuou 81,3%; o de duas rodas, com queda de 53,4%; carga, -45,1%; agrícola, -41,1%; passeio, -29,1%; e o de caminhoneta, com baixa de 8,5%.

 

De acordo com a ANIP, os resultados refletem a desaceleração do ritmo produtivo do setor automotivo por conta da menor demanda. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que a retração nas vendas de veículos foi de 31,3% no primeiro bimestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

Em volumes totais, que incluem o mercado de reposição, as vendas de pneus caíram 2,8% no período. “Os resultados negativos do setor como um todo são reflexos da crise em que o país se encontra. A queda do ritmo produtivo está diretamente relacionada com a redução da demanda desses mercados”, avalia Alberto Mayer, Presidente da ANIP.

 

A balança comercial dos fabricantes nacionais de pneus manteve superávit no primeiro bimestre, com saldo de 1,68 milhão de unidades de pneus. As importações de pneus tiveram queda de 40,5% no mesmo cenário.

 

Reposição

 

Apesar do aumento de 0,6% nas vendas de pneus para a reposição, o mercado total deste segmento caiu 14,2% em relação aos dois primeiros meses do ano passado, elevada pela substituição das importações.

 

Esse percentual equivale a 1,4 milhão de pneus que deixaram de ser vendidos. “Este é um dado preocupante, pois de um lado pode mostrar uma circulação mais baixa de veículos e, por outro pode indicar que o consumidor está deixando de realizar a manutenção de um item essencial de segurança” destaca Mayer.

 

Exportações

 

As vendas de pneus nacionais para o mercado externo tiveram reação positiva a partir do segundo semestre do ano passado e encerraram em fevereiro com crescimento de 33,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

A desvalorização cambial melhora a baixa competitividade do produto nacional, apesar de grande parte dos insumos para a fabricação dos pneus ser importada. Ainda assim, foi determinante no crescimento das exportações.

 

Para manter a competitividade nos próximos meses, os fabricantes deverão centrar fogo no mercado latino-americano. No entanto, segundo Mayer, não basta contar somente com o câmbio. “O que precisamos para alavancar o setor são políticas mais justas e que melhorem a competitividade do produto brasileiro no exterior, dado que a concorrência no mercado global de pneus é acirrada”, finaliza Mayer. (Radar Nacional)