Jornal do Carro
Com produção autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) em 2013, a gasolina formulada é desconhecida da maioria dos consumidores. Isso porque os postos que a vendem não divulgam essa informação, uma vez que o produto é feito a partir de derivados de petróleo usados por petroquímicas e refinarias e, segundo especialistas, pode, além de aumentar o consumo, causar danos a componentes do veículo.
Diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves diz que geralmente a gasolina formulada é vendida nos postos de bandeira branca, conhecidos como “sem bandeira”, que representam 38% dos cerca de 40 mil pontos existentes no Brasil. “Procure a placa, que deve estar visível, com os dados sobre o fornecedor do posto”, aconselha. Ele afirma que o ideal é priorizar os com combustível de grandes distribuidoras.
De acordo com o especialista, um dos indicadores de que o produto é formulado é o preço, em geral muito abaixo da média praticada no mercado.
Riscos. Gonçalves afirma que, como as especificações de produto propostas pela ANP são muito amplas, as formuladoras adotam o nível mínimo de qualidade possível (com o objetivo de deixar o preço bem baixo).
A gasolina formulada, também chamada de tipo A, apresenta, por exemplo, níveis de enxofre e evaporação diferentes da do tipo C, feita pelas marcas convencionais. Ou seja: uma de suas características é a alta volatilidade – evapora mais rápido que as demais.
O resultado é o aumento do consumo e o comprometimento do desempenho do motor. Há ainda risco de deterioração acelerada de partes como bomba de combustível, bicos injetores e peças de borracha, como mangueiras, entre outras.
O engenheiro e dono da oficina Motor-Max (3743-9381), na zona sul, Rubens Venosa, afirma que o uso desse tipo de combustível pode levar à troca precoce de filtros, mangueiras, bomba e linha de combustível.
Em sua oficina, trocar os bicos injetores de um VW Gol 1.0 custa R$ 900. Para um Mercedes-Benz Classe C, cada bico sai a R$ 2 mil. “Recebo de quatro a cinco carros por semana para trocar essas peças por causa do uso de combustível de má qualidade”, diz Venosa. (Jornal do Carro)