Folha de S. Paulo
O FMI afirmou que a economia global corre o risco de descarrilhar e disse que os países precisam agir para estimular a demanda. O alerta ocorreu no mesmo dia em que se soube que as exportações chinesas tiveram em fevereiro a maior queda desde 2009.
“Agora é o momento para apoiar decisivamente a atividade econômica e colocar a economia global em uma base mais sólida”, afirmou David Lipton, primeiro vicediretorgerente do FMI, o número dois na hierarquia do organismo multilateral.
Para ele, a economia mundial está “claramente em um momento delicado”.
Os dados que vieram da China explicam essa preocupação. As exportações do país recuaram 25,4% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, já as importações caíram 13,8% no 16º mês seguido de queda.
Em ambos os casos, o desempenho foi pior que o previsto por analistas.
A desaceleração da segunda maior economia global fez as Bolsas mundiais fecharem em baixa na última terçafeira (8).
O Ibovespa, índice mais importante da Bolsa brasileira, fechou em baixa de 0,29%, pressionado principalmente pelas ações da Vale e de siderúrgicas, que tiveram altas expressivas na véspera com o avanço do preço do minério.
A Vale PNA (preferencial) caiu 12,05%, já a ação ordinária (com direito a voto) da mineradora perdeu 14,50%. Entre as siderúrgicas, CSN ON caiu 13,6%, Gerdau PN, 2,6%, e Usiminas PNA, 6,2%.
No mercado de câmbio, porém, o que pesou mais foram a turbulência da economia e da política brasileira.
As expectativas em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff, estimularam as vendas de dólares. O real teve a maior valorização entre as moedas de países emergentes – a maior parte delas caiu nesta sessão.
O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) recuou 0,52%, a R$ 3,7666, e o comercial (usado no comércio exterior) perdeu 1,47%, a R$ 3,7400 – menor patamar desde 4 de dezembro de 2015. (Folha de S. Paulo)