Montadoras correm para colocar a tecnologia mais recente em modelos mais baratos

Reuters

 

A tecnologia em rápida evolução está provocando uma reviravolta na tradicional hierarquia do mercado de carros de luxo, mudando o princípio de quanto maior, melhor. Mercedes-Benz e uma série de outras montadores estão silenciosamente mudando as regras.

 

O novo sedã E-Class de tamanho médio da Mercedes, revelado no salão do automóvel de Detroit nesta segunda-feira, virá com melhores chips para computadores, câmeras, softwares e sensores do que aqueles do maior e mais caro S-class – o carro-chefe que exibiu por décadas a tecnologia mais recente da montadora.

 

“A velocidade da inovação é tão rápida que você precisa usar todo lançamento de modelos para revelar coisas”, disse o chefe da Mercedes-Benz Cars, Dieter Zetsche, à Reuters nos bastidores de um evento de lançamento do novo E-Class no Detroit Auto Show.

 

A mudança reflete a intensa pressão sobre as montadoras para manter seus modelos na vanguarda tecnológica, especialmente para atrair clientes mais jovens. Outro sinal: ferramentas que podem ser atualizadas com softwares, tática usada frequentemente pela Tesla, deve se difundir pela indústria.

 

Sensores mais recentes e softwares dão ao novo E-Class algoritmos melhores para reconhecer uma rua, um veículo ou pedestre, dando ao veículo maior capacidade de entender os arredores. Por sua vez, isso permite que o modelo viaje por distâncias maiores no modo automático. O atual modelo S-Class, que está em exibição desde 2013, não tem as mesmas capacidades.

 

Isto aconteceu porque o lançamento do novo E-Class aconteceu em um momento melhor para tirar vantagem das melhorias em computação e tecnologia de sensores, assim como das mudanças regulatórias necessárias para tornar a direção autônoma e semiautônoma uma realidade. A Mercedes pretende continuar a estratégia de introduzir novidades com a estreia do modelo mais novo. Outras podem acompanhá-la. (Reuters/Edward Taylor)