DCI/Agência Estado
O governo decidiu criar um grupo de trabalho para discutir a situação da cadeia do aço e o impacto que teria para produtores e consumidores a elevação do Imposto de Importação do insumo.
A decisão foi tomada em reunião entre a presidente Dilma Rousseff, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Desenvolvimento, Armando Monteiro, e o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mendes, que representa os produtores.
O grupo terá representantes dos dois ministérios e da Casa Civil, além de associações afetadas pela medida e deverá apresentar um diagnóstico até o fim do ano, para, então, a presidente decidir se sobe ou não o imposto.
De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a ideia da criação do grupo foi de Levy. A preocupação do ministro é proteger empregos. A avaliação é que uma proteção à indústria siderúrgica ajudaria a manter postos de trabalho ali, mas poderia significar demissões mais à frente, na indústria da transformação, por exemplo.
Ideologicamente, Levy é contrário à medidas protecionistas, assim como que beneficiem setores específicos.
Reação
Como a Broadcast noticiou na terça-feira, 24, a notícia de que o governo estuda aumentar a alíquota do Imposto de Importação sobre o aço levou os representantes das empresas consumidoras da matéria-prima a montarem uma ofensiva contra a medida. Entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Associação Nacional de Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros) são contrárias à sobretaxa e procuram o governo para impedir o aumento.
O presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, disse que a medida não faz sentido em um momento em que a indústria enfrenta dificuldades. “Não faz sentido que o governo esteja sequer analisando isso. A venda do aço nacional caiu não é por causa da competição internacional, é por causa da queda da atividade.”
Na terça-feira, o presidente do Instituto Aço Brasil disse que o aumento da alíquota é importante porque o País está sendo “invadido” por aço importado. “O mercado interno despencou e existe um volume de importação muito elevado. Nosso mercado já é muito fraco, porque os consumidores estão passando por dificuldades, e ainda vêm sendo bombardeados por importações”. (DCI/Agência Estado)